2024-2025
Projeto Tremembé no Clima
Para além do aumento das temperaturas sentido nas cidades, os efeitos da crise climática já estão se manifestando também nos territórios indígenas do estado do Ceará. Alterações do calendário agrícola, áreas em processo de desertificação, insegurança alimentar e hídrica, perda do patrimônio genético e cultural são alguns deles.
Os povos originários que por séculos mantiveram relações de harmonia, equilíbrio e conexão com a natureza hoje são afetados pelas consequências da degradação dos ecossistemas e da emissão de gases de efeito estufa pelo modelo de sociedade industrial moderna.
Diante disso, a Adelco iniciou em 2024 o projeto Tremembé no Clima, que promove diálogos e ações para a criação de respostas coletivas para esses problemas. O objetivo é desenvolver mecanismos participativos com foco na mitigação de riscos e vulnerabilidades associadas às mudanças climáticas.
São diretamente beneficiadas 150 mulheres e jovens de três territórios indígenas da etnia Tremembé nos municípios de Acaraú e Itarema: Córrego do João Pereira, Queimadas e Almofala. Esses grupos são considerados os mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e por dois anos estarão envolvidos em um processo de formação em gestão ambiental e territorial que pretende desenhar o diagnóstico, planejamento e monitoramento participativo dos territórios. Além disso, os municípios de Itarema e Acaraú têm reconhecidamente áreas em avançado estágio de degradação ambiental e sob risco de desertificação.
O projeto também realiza o levantamento e o fortalecimento da produção agroecológica e dos quintais produtivos locais, como forma de identificar a cultura alimentar Tremembé e destacar a questão da soberania alimentar. Como resultado das oficinas, cursos e intercâmbios de experiências, o trabalho culmina na elaboração e publicação dos Planos de Salvaguarda dos Recursos Naturais e da Cultura Alimentar de cada um dos três territórios.
Trata-se de um instrumento de gestão compartilhada onde os indígenas irão identificar os elementos que potencializam, limitam ou ameaçam a proteção dos recursos naturais e dos alimentos tradicionais das aldeias, e depois traçar estratégias e ações para garantir sua conservação.
Com símbolos que apontam para o Sol e para os grafismos tradicionais indígenas, a logo do projeto traz referências aos elementos naturais, às mudanças climáticas e ao repertório imagético Tremembé, também com inspiração nas criações do jovem artista Rodrigo Tremembé.
Ações do projeto:
Realizado com financiamento do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMC/FNMA 1/2023), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Também acontece em parceria com a Western e Trent University (Canadá) e com os Conselhos Indígenas Tremembé de Almofala, Queimadas e Córrego do João Pereira.
2024-2025
Projeto Escola de Comunicação Indígena e Ambiental
Em tempos onde a informação, a comunicação e os conteúdos digitais são poderosos instrumentos de disputa de narrativas e visibilidade, a Adelco enxerga a urgência de multiplicar as capacidades e o engajamento dos povos indígenas e comunidades tradicionais nessas ferramentas. Já são vários os comunicadores, produtores de conteúdos e “influencers” indígenas no Brasil que utilizam as redes sociais e os canais de comunicação virtual para fortalecer suas culturas e lutas, assim como expor as questões climáticas e ambientais que afetam seus territórios.
A Escola iniciou o processo formativo levantando reflexões sobre a democratização da comunicação e seu papel no contexto das mudanças climáticas, como um caminho entre muitos possíveis para agir diante de suas causas e consequências. De modo mais prático, alguns temas abordados ao longo da jornada incluem planejamento estratégico de comunicação, técnicas de storytelling, fotografia, audiovisual e design básicos.
A iniciativa é realizada em uma parceria entre a Adelco, Conselho Indígena Tremembé de Itapipoca – CITI e a Western University, uma instituição de ensino canadense, por meio do projeto de pesquisa “Construindo Redes de Transições Justas para Sistemas Alimentares”, que está se desenvolvendo em interlocução com o Projeto Tremembé do Clima.
2025
Projeto Escolas da Terra do Povo Tremembé (completo)
Ação de apoio financeiro a projetos pedagógicos de pesquisa e ensino das Escolas Indígenas do Povo Tremembé, pertencentes à rede estadual de ensino dos municípios de Acaraú, Itarema e Itapipoca. Os projetos apoiados têm como objetivo o ensino, pesquisa e extensão nas áreas de educação climática, educação ambiental, meio ambiente, gestão territorial, gestão do conhecimento tradicional, medicina tradicional, produção e consumo de alimentos tradicionais da cultura alimentar Tremembé. A ação faz parte do Projeto de pesquisa: Escolas da Terra do Povo Tremembé desenvolvido pela Adelco em parceria com as Universidades Canadenses: University of British Columbia (UBC) e Western University.
2025
Projeto Guerreiras da Ancestralidade: Indígenas Tapeba e Anacé no enfrentamento à violência contra a mulher
Com atuação no campo dos direitos humanos e indígenas e a partir da experiência de ações como a Semana Diana Pitaguary nas Escolas Indígenas (instituída pela Lei 17.041/2019), que leva aos alunos a temática da violência contra a mulher, o feminicídio e a importunação sexual, a Adelco executa mais um projeto vislumbrando a proteção dos direitos e da vida das mulheres.
O projeto busca contribuir na solução do desconhecimento das mulheres indígenas a respeito de seus direitos e da rota da proteção e da insuficiência de estratégias preventivas para a redução de homicídios de mulheres e os feminicídios no Ceará, especialmente nas comunidades tradicionais.
Os dados com relação às mulheres indígenas em Caucaia, assim como no Estado do Ceará, são subnotificados, ou seja, não é possível, através de dados quantitativos, saber o número real de mulheres que sofreram violência. Qualitativamente, a partir das rodas de conversas, cursos e do trabalho de assessoria, é possível saber que mulheres indígenas, jovens, adultas e idosas, sejam elas lideranças tradicionais, professoras, diretoras, rezadeiras, lideranças jovens já sofreram ou sofrem violência em seus diferentes níveis (física, moral, psicológica e patrimonial).
Ações do projeto:
O projeto é realizado em parceria com as organizações indígenas Associação das Mulheres Indígenas Tapeba (AMITA) e Associação dos Troncos Velhos do Povo Anacé da Japuara e Adjacência (JAPIMAN), com financiamento do Ministério das Mulheres.
2025-2026
Projeto Timbiú Ayé: quintais produtivos de mulheres indígenas e quilombolas
Com foco no enfrentamento às profundas desigualdades de gênero que permanecem como uma realidade no Brasil, a Adelco realiza este projeto com o intuito de contribuir especialmente com a autonomia produtiva, econômica e financeira de mulheres indígenas e quilombolas.
Para estas mulheres, que vivem em comunidades rurais e possuem a agricultura familiar como atividade básica de subsistência, as desigualdades relacionadas ao trabalho são ainda maiores: sofrem com a falta de acesso à terra, possuem menos oportunidades para as políticas de desenvolvimento agrário e acesso ao crédito, além de serem desvalorizadas por seu trabalho produtivo e reprodutivo.
Trabalho esse que se desenvolve sobretudo nos espaços dos quintais, onde combinam horta, frutíferas, criação de pequenos animais, plantas comestíveis e medicinais. Nos quintais, as mulheres conseguem conciliar o trabalho produtivo com o doméstico, reprodutivo e de cuidados com a família. Assim, elas conseguem desenvolver um conjunto de práticas reconhecidas, atualmente, como importantes não só para garantir a soberania e a cultura alimentar como parte do sustento das famílias.
Essas atividades corriqueiras têm um significado econômico que nem sempre é levado em conta. Aquilo que é produzido nos quintais vai para o autoconsumo, prioritariamente, e o que sobra é comercializado. Mesmo gerando alguma renda, o fato desse trabalho ser considerado extensão do trabalho doméstico, faz com que ele não seja considerado produtivo, nem valorizado, inclusive do ponto de vista social ou econômico/monetário.
Tanto para as mulheres indígenas quanto para as mulheres quilombolas do Estado do Ceará faltam projetos e políticas que incentivem a autonomia econômica, a inclusão produtiva e, sobretudo, o incentivo à produção agroecológica com assistência técnica e extensão rural (ATER).
Possibilitar o desenvolvimento sustentável na perspectiva de construir territórios sustentáveis e saudáveis através de sistemas alimentares tradicionais e agroecológicos requer diversas ações e metodologias, que, sobretudo, passam pela valorização dos produtos da cultura alimentar e da sociobiodiversidade dos territórios, além da autonomia econômica das mulheres.
Ações do projeto:
O projeto é financiado pelo Ministério das Mulheres, por meio de emenda parlamentar da Deputada Federal Luizianne Lins (PT-CE).
2025
Cunhã Crodí: Sementes da Caatinga, jovens mulheres multiplicando saberes
“Cunhã” significa mulher na língua Tupi-Guarani e “Crodí” significa forte, na língua Kariri-Xocó, falada em Alagoas. Com a união dessas ideias, este projeto busca colaborar com a superação dos desafios enfrentados pelas mulheres indígenas, incluindo a discriminação, violência, exclusão social, empregos com baixa remuneração e barreiras educacionais que as colocam em situação de extrema vulnerabilidade socioeconômica.
A iniciativa envolve formações para as mulheres da região da Caatinga dos estados da Bahia, de Pernambuco, do Ceará e de Alagoas, com enfoque em metodologias participativas e técnicas de protagonismo das beneficiárias, bem como estratégias de geração e socialização de conhecimentos e de mobilização comunitária.
São três eixos temáticos abordados nas formações presenciais e virtuais:
Eixo 01 – Economia feminista, divisão sexual do trabalho e enfrentamento às desigualdades de gênero no mundo do trabalho;
Eixo 02 – Promoção da autonomia e igualdade, com ênfase no combate à fome e insegurança alimentar, fomentando a economia solidária e processos de autogestão;
Eixo 03 – Formação de jovens lideranças femininas, visando fortalecer estratégias de organização e participação ativa nos espaços de tomada de decisão, com foco no trabalho.
A metodologia estabelecida reflete e age sobre as relações de desigualdade entre povos
indígenas, oportunizando e potencializando o desenvolvimento socioambiental e econômico
na promoção da igualdade de gênero, geração, raça e etnia na sua totalidade. As participantes também terão seus momentos como multiplicadoras, ao dividirem em rodas de conversa o que aprenderam. Assim, conseguimos ir mais longe, formando outras participantes que estão no chão da aldeia e fortalecendo uma potente rede de mulheres indígenas do semiárido nordestino.
Consideramos que para contribuir com a promoção da auto-organização, da autonomia e igualdade das mulheres indígenas, do fortalecimento de suas organizações sociais e, consequentemente, para a superação da extrema pobreza, é preciso aplicar uma metodologia de trabalho crítica e transformadora.
Para isso, temos como referência político-pedagógica alguns pilares como a economia feminista, a agroecologia como paradigma em base no etnodesenvolvimento, a educação popular em uma perspectiva libertadora, a participação e a organização como processos educativo-pedagógicos, na perspectiva da democracia, gênero na perspectiva feminista e a socioeconomia solidária na perspectiva da economia feminista.
O projeto é gerido pela We World e executado em parceria com a Adelco, Anaí, Esplar e Filhas da Ancestralidade, com financiamento do Ministério das Mulheres.
2022 – 2025
Escritório Ybi
O Escritório de Advocacia Popular Indígena Ybi é a realização de uma demanda antiga do Movimento Indígena do Ceará. O objetivo principal do Ybi é atuar, tanto na defesa judicial das causas dos povos do Ceará, de maneira cível, penal e administrativa relacionadas a seus direitos ancestrais e constitucionais, quanto na assessoria jurídica das instituições que congregam os povos indígenas em demandas coletivas, administrativas e extrajudiciais.
Atualmente, o Escritório tem a gestão do Conselho Indígena Tremembé de Itapipoca, em parceria com a Adelco e o Esplar e com o apoio do Fundo Casa Socioambiental.
2006
Capacitação da comunidade indígena Tapeba para sua inserção no e-commerce e no turismo cultural
Há vinte anos, a Adelco mergulhava no universo digital para apoiar a busca por soluções de geração de trabalho e renda junto ao Povo indígena Tapeba. Com este projeto, buscamos apoiar a sustentação econômica da comunidade, consolidando e divulgando sua identidade cultural e comercializando sua produção artesanal.
Trabalhamos com as famílias das 17 aldeias da Terra Indígena Tapeba, com o apoio e a parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Associação Comunitária dos Índios Tapeba (Acita).
Nosso objetivo foi promover ações de assistência técnica e extensão rural na capacitação dos grupos produtivos do Povo Tapeba para a implantação, operação e consolidação de um sistema de venda de artesanato através do comércio eletrônico.
2008 – 2009
Inhuçu – Fortalecimento da capacidade de gestão de projetos econômicos e culturais e da identidade indígena para o etnodesenvolvimento Tapeba
O Projeto Inhuçu – Fortalecimento da capacidade de gestão de projetos econômicos e culturais e da identidade indígena para o etnodesenvolvimento Tapeba visou a melhoria da qualidade do artesanato, o fortalecimento da capacidade de gestão de projetos econômicos e culturais, o desenvolvimento da consciência ambiental e competências básicas para plantio e manejo de espécies arbóreas nativas, a realização de eventos de intercâmbio, fortalecimento cultural e desenvolvimento de práticas da culinária típica.
O projeto trabalhou junto com as famílias das 17 aldeias da Terra Indígena Tapeba, em Caucaia-CE, teve o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a parceria da Associação Comunitária dos Índios Tapeba – Acita. Nosso objetivo foi fortalecer a capacidade de gestão de projetos das organizações e grupos Tapeba para uma produção e comercialização sustentável do artesanato Tapeba e simultâneo fortalecimento identitário de seu povo.
As ações realizadas no Projeto Inhuçu foram:
2008-2012
Projeto Ayty
O projeto Ayty – Turismo de Base Comunitária do Povo Tapeba teve como foco estratégico o apoio à iniciativa de Turismo de Base Comunitária no município de Caucaia – CE, com iniciativas de fortalecimento das atividades turísticas na comunidade, aliada a uma maior divulgação e melhoria nas condições de comercialização do artesanato e o turismo de base comunitária.
Os públicos beneficiados foram as famílias das 17 aldeias da Terra Indígena Tapeba. Para isso, recebemos o apoio e a parceria do Ministério do Turismo e da Associação Comunitária dos Índios Tapeba – Acita. Com isso, sensibilizamos as comunidades com potencial para o desenvolvimento do turismo comunitário, diagnosticamos participativamente os territórios sob a perspectiva de turismo de base comunitária e elaboramos um plano Tapeba de Desenvolvimento do Turismo Comunitário.
2002-2012
Programa de Microcrédito Produtivo e Habitacional
O programa esteve centrado na melhoria habitacional e na geração de renda, através da viabilização de recursos para reforma de moradias para a população de baixa renda, do fortalecimento das associações comunitárias, da melhoria das condições de saúde e higiene. Além disso, o programa também estimulou a formação de grupos solidários para ajudar aqueles que não têm condições de arcar com a mão de obra.
Trabalhamos com o povo Tapeba, do município de Caucaia-Ce e a comunidade Alto Alegre, em Maracanaú-Ce. Nossos apoiadores e parceiros foram: instituição francesa Fondation Abbé Pierre e a Associação Comunitária dos Índios Tapeba – Acita.
Nosso objetivo maior foi a redução da pobreza, a autonomia das pessoas e à melhoria das condições de vida, por meio de um processo de desenvolvimento econômico duradouro. Acompanhe as ações realizadas:
2010-2013
Projeto Tribo das Águas
O projeto Tribo das Águas – Cuidando da água e dos ambientes aquáticos Tapeba promoveu a sensibilização ambiental para a conservação da água e dos ecossistemas aquáticos no Território Indígena Tapeba, com a perspectiva de proteger sua biodiversidade e garantir os serviços ambientais que estes ecossistemas proporcionam, constituindo medida de adaptação à mudança do clima. Nosso principal objetivo foi promover a melhoria da qualidade dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população indígena do município de Caucaia – CE, mediante implantação de sistemas familiares de saneamento ecológico de forma a garantir a oferta sustentável de água em quantidade e qualidade adequadas aos usos.
O público beneficiado foram as 12 aldeias da etnia Tapeba, de Caucaia-CE. A Adelco coordenou o projeto com o financiamento da Petrobrás e o apoio da Associação Comunitária dos Índios Tapeba – Acita.
As ações realizadas foram:
2013-2014
Seleção e capacitação de famílias e implantação de fossas ecológicas em municípios do território Alto Oeste Potiguar – Rio Grande do Norte
O projeto foi realizado junto às famílias dos municípios de Frutuoso Gomes e Portalegre – RN. Prestamos um serviço de apoio às ações de saneamento ambiental/ecológico através da capacitação e implantação da tecnologia de fossas ecológicas (bio-sépticas). Trabalhamos com 62 famílias com o apoio e a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Fortaleza/CE).
Ações realizadas:
2013-2016
Sistemas Agroflorestais
O objetivo foi contribuir para conservar áreas com boa cobertura vegetal, com reflexos sobre a fixação de gases de efeito estufa e sobre o aumento da geração de renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade indígena. O projeto foi executado pela Adelco, com apoio financeiro do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), por meio do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos).
As ações desenvolvidas pelo projeto foram: formações sobre educação ambiental, o cultivo de árvores em conjunto com culturas agrícolas e outras técnicas de base agroecológica, diagnóstico socioambiental, conservação da biodiversidade, recuperação de trilhas ecológicas, formação de guias, implantação de ilhas de coleta seletiva de lixo e constituição de um acervo ambiental para o Museu Indígena). Estas ações tiveram como impacto:
2013-2016 Etnodesenvolvimento
O projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, executado pela Adelco e patrocinado pela Petrobras, teve foco na melhoria da qualidade de vida de comunidades indígenas no Ceará, dinamizando a economia solidária local, fortalecendo o turismo comunitário e favorecendo melhores condições de segurança alimentar, considerando sempre as diversas culturas e etnias. Os públicos beneficiados pelo projeto foram as etnias Jenipapo-Kanindé, Tapeba e Kanindé de Aratuba, além de ações de sensibilização nas comunidades Anacé, Pitaguary e Tremembé.
O projeto seguiu os princípios do etnodesenvolvimento, que prioriza o fortalecimento da cultura e da identidade étnica; a autodeterminação, a territorialidade e a autogestão, elementos fundamentais na construção do desenvolvimento social. As ações desenvolveram reflexão crítica e metodológica, que valorizaram a participação das mulheres, contribuindo para a igualdade de gênero.
2013-2016
Matas da Encantada
O projeto Matas da Encantada abrangeu a área do Complexo Vegetal da Zona Litorânea, em Aquiraz-Ce, onde está localizada a aldeia Jenipapo-Kanindé. Nele, adotamos práticas agroecológicas de uso sustentável da terra, proteção e reflorestamento de matas nativas e Áreas de Preservação Permanente (APPs), além de ações de saneamento e educação ambiental. O objetivo central do trabalho foi estimular que as técnicas utilizadas gerassem novas atitudes dos moradores em relação aos cuidados com a vegetação, ambientes aquáticos e demais recursos naturais, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos, redução da erosão, aumento da infiltração da água, conservação da cobertura vegetal e, consequentemente, a fixação de gases de efeito estufa. O uso sustentável da terra prevê ainda o aumento da renda e a melhoria da qualidade de vida da comunidade, através da conversão de áreas produtivas degradadas em Sistemas Agroflorestais (SAFs). Esta ação foi patrocinada pela Petrobrás.
O conjunto integrado de ações, definidas em comum acordo com a comunidade Jenipapo-Kanindé, integraram uma abordagem sistêmica, através da recuperação florestal de áreas degradadas, implantação de Sistemas Agroflorestais, recuperação de trilhas ecológicas e saneamento ambiental (cisternas e fossas ecológicas). Todas as atividades do projeto dialogaram com os princípios e as práticas de Educação Ambiental para conservação dos recursos naturais e da biodiversidade local.
O Matas da Encantada apoiou ações específicas de educação ambiental para recuperação dos recursos naturais e ações de saneamento ambiental, como a implantação de cisternas e fossas ecológicas.
2015-2016
Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável
Aqui, apoiamos as entidades representativas dos beneficiários de comunidades indígenas e quilombolas, na elaboração de Planos de Negócio de empreendimentos coletivos de agricultores familiares.
Nosso público abrangeu as seguintes cidades e organizações:
MUNICÍPIO | ASSOCIAÇÃO |
Caucaia
| Associação dos Remanescentes do Quilombo dos Caetanos em Capuan / Associação Comunidade Remanescentes Quilombo de Porteiras / Associação dos Remanescentes do Quilombo do Deserto / Associação dos Remanescentes de Quilombo da Comunidade Povoado Boqueirão de Arara / Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo da Serra do Juá / Associação Remanescentes de Quilombo Cercadão dos Discetas. |
Itapipoca | Associação dos Remanescentes de Quilombo de Nazaré |
Cruz | Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caiçara de Baixo |
Acaraú | Associação Comunitária dos Remanescentes de Quilombo do Córrego dos Iús |
Tururu | Associação dos Remanescentes de Quilombola da Comunidade de Àgua Preta |
Coreaú/Moraújo | Associação dos Remanescentes do Quilombo de Timbaúba |
Aracati
| Associação dos Agricultores e Agricultoras Remanescentes de Quilombo do Córrego da Umburana |
Pacajus | Associação dos Remanescentes de Quilombo da Base |
Tamboril
| Associação dos Remanescentes de Quilombolas de Lagoa das Pedras / Associação dos Pequenos Produtores de Barriguda |
Novo Oriente
| Associação Quilombola de Barriguda e Adjacências, Associação Quilombola de Bom Sucesso. |
Ipueiras | Associação dos Moradores Quilombolas de Coité |
Quiterianópolis
| Associação dos Quilombolas de Croata / Associação dos Remanescentes de Quilombos de Furadas / Associação dos Remanescentes de Quilombos de São Jerônimo e Adjacências |
Aratuba | Associação Indígena Kanindé de Aratuba (Aica) |
Aquiraz | Associação das Mulheres Indígenas Jenipapo – Kanindé |
Caucaia | Associação das Comunidades dos Índios Tapeba de Caucaia – Acita / Conselho de Educação da Escola Índios Tapeba – CEEIT |
Pacatuba/Maracanaú | Conselho Indígena Mãe Terra Pitaguary |
Acaraú/Itarema | Conselho dos Índios Tremembé do Córrego da Telhas – CITCT |
Nosso objetivo esteve ligado à prestação de serviços aos empreendimentos coletivos pertencentes aos agricultores familiares participantes do Projeto São José III, implantados e em funcionamento, conforme os Planos de Negócio elaborados. O projeto foi realizado com recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, por meio do Instituto Agropolos do Ceará, tendo a Secretaria do Desenvolvimento Agrário como gestora.
Realizamos:
2015-2016
Planos de Gestão Territorial e Ambiental Tapeba – PGTA Tapeba
Entre 2015 e 2016, realizamos a construção do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) da Terra Indígena Tapeba (Caucaia – Ceará), através de metodologias participativas que priorizaram o protagonismo, o diálogo intercultural e a preservação dos valores culturais e recursos ambientais das Terras Indígenas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi nossa apoiadora.
Nossos objetivos:
Nossas ações estiveram ligadas a:
Resultados:
2016-2018
Projeto Maracas
O projeto Maracas – Saneamento ecológico e turismo solidário indígena buscou melhorar a qualidade de vida de comunidades indígenas no Ceará favorecendo maiores e melhores condições de saneamento ambiental e fortalecendo o turismo comunitário. Os princípios da iniciativa foram: o fortalecimento da cultura e da identidade étnica; autodeterminação e a territorialidade; e a autogestão.
Trabalhamos diretamente com duas etnias, os Tremembé e os Pitaguary. Foram 975 pessoas e 7.667 beneficiários indiretos. Nosso apoiador principal é a Fundação Interamericana – IAF, mas também contamos com as parcerias da: Fundação Nacional do Índio (Funai) e as associações indígenas locais.
Objetivos:
2016-2019
Projeto Urucum
O Projeto URUCUM – Fortalecendo a autonomia político-organizativa dos povos indígenas se desenvolve em parceria com o Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria, junto às 14 etnias no Ceará, presentes em 19 municípios. A iniciativa é financiada pela União Europeia e contribui para o fortalecimento das capacidades de gestão e de intervenção social e política das associações indígenas e suas três principais representações no Ceará: a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince), a Organização dos Professores Indígenas do Ceará (Oprince) a Articulação das Mulheres Indígenas do Ceará (Amice) e a Comissão de Juventude Indígena do Ceará (Cojice).
O Urucum baseia-se nas conferências locais de políticas indigenistas, onde as vozes coletivas uniram-se às diferentes etnias e superaram as dificuldades e conflitos em favor do bem maior que é a própria causa indígena. Para isso, trabalhamos com 300 lideranças representativas e as 14 etnias indígenas no Ceará.
Objetivos:
Áreas de atuação: fortalecimento institucional; mulheres indígenas, a questão de gênero e as juventudes; afirmação da cultura indígena.
2021-2024
Projeto Tucum
O Projeto Tucum – a força da resistência indígena é uma iniciativa que alcança os 14 povos indígenas de 16 municípios cearenses: Aquiraz, Aratuba, Boa Viagem, Canindé, Caucaia, Carnaubal, Crateús, Maracanaú, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Pacatuba, Poranga, Quiterianópolis, São Benedito, São Gonçalo do Amarante, Tamboril.
Instituições indígenas que são público principal do projeto:
AMICE (Associação das Mulheres Indígenas do Ceará),
OPRINCE (Organização dos Professores Indígenas do Ceará),
COJICE (Comissão da Juventude Indígena do Ceará),
FEPOINCE (Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará)
O objetivo mais geral do projeto esteve em consolidar a autonomia político organizativa dos povos indígenas do Ceará, por meio de formações em direitos humanos e violação de direitos, ativismo digital, violência contra a mulher, formação específica para jovens e professores sobre violência contra a mulher com campanha relacionada. O projeto desenvolverá um trabalho exclusivamente para mulheres indígenas, no processo de fortalecimento de suas autonomias e empoderamento. Um outro diferencial do projeto é a criação do primeiro escritório indígena de advocacia do Ceará. Nele, estarão à frente dois advogados e dois estagiários indígenas. Seu lançamento acontece no fim de 2021.
Os povos indígenas envolvidos no projeto:
Tapeba, Tabajara, Potyguara, Pitaguary, Anacé, Kanindé, Tapuia-Kariri, Jenipapo-Kanindé, Kalabaça, Karão, Tubiba-Tapuia, Kariri, Gavião, Tupinambá