Indígenas Tapeba estiveram reunidos na tarde de ontem (22/04), na Faculdade de Tecnologia do Nordeste (FATENE), em Caucaia, no Seminário “Povo Tapeba: Divulgando a luta, buscando a demarcação” para apresentar um panorama da luta indígena da etnia. Há mais de 30 anos os Tapeba buscam a demarcação da terra. Estiveram presentes também estudantes do curso de serviço social da faculdade, professores, movimentos sociais e organizações da sociedade civil como a ADELCO, parceira dos indígenas nessa luta.
Segundo o presidente da Associação das Comunidades do Povo Tapeba de Caucaia (ACITA), Weibe Tapeba, a luta e a identidade dos indígenas está associada ao processo de formação histórica do município. “Mas há historiadores que ainda hoje negam a existência do Povo Tapeba em Caucaia”, afirmou Weibe. Para ele, por isso é fundamental divulgar ainda mais as disputas que envolvem a demarcação da terra. “Nossa resistência é constituída por povos indígenas, aliados e parceiros que vão disseminar a luta indígena”, pontuou.
A Pajé Tapeba, Dona Raimunda, também fez um resgate histórico da luta do seu povo. “Lutamos desde 1982 pela demarcação da terra, mas também por saúde e educação. A luta sempre foi sofrida. Os índios não existiam para os políticos de Caucaia”, afirmou.
Marciano Moreira, coordenador do projeto Matas da Encantada da ADELCO, destacou o quanto é importante a organização dos povos indígenas nessa luta e a parceria da instituição neste processo. A ADELCO desenvolve junto aos Tapebas o projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, com o patrocínio da Petrobras, que tem como perspectiva a melhoria da qualidade de vida de comunidades indígenas do Ceará.
O Seminário faz parte das atividades do projeto que o Fundo Brasil de Direitos Humanos tem em parceria com a ACITA e busca ampliar a rede de apoio aos direitos desses povos, divulgando a luta e colaborando na denúncia das violações aos direitos humanos sofridas por essas comunidades.
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