Trilhas etnoecológicas Pitaguary
No dia 21 de maio, aconteceu a oficina de guais das trilhas etnoecológicas na aldeia de Monguba – Povo Pitaguary. A oficina faz parte das atividades do Projeto de Turismo Solidário e Saneamento Ambiental, realizado pela ADELCO e com apoio da Fundação Interamericana (IAF). A oficina contou com a participação de crianças, jovens e adultos das aldeias de Monguba e Olho D’água. O evento teve como foco o apoio na formação de guias locais para o acompanhamento de visitantes ao território indígena dos Pitaguary. As trilhas etnoecológicas fazem parte dos atrativos do turismo de base comunitária, apoiado pelo projeto. A oficina teve como facilitador, João Paulo Vieira (historiador) que também já colabora no processo de Inventário para constituição do Museu Pitaguary – também apoiado pelo projeto.
Formação de Cineastas Indígenas
A equipe da ADELCO participou da oficina de Formação de Cineastas Indígenas, realizada na aldeia Fernandes, Povo Kanindé de Aratuba (Aratuba-CE). O evento teve a coordenação da Associação das Mulheres Indígenas Jenipapo-Kanindé (AMIJK) e apoia na formação de jovens indígenas (Jenipapo-Kanindé, Pitaguary, Tapeba e Kanindé de Aratuba) no uso de ferramentas e metodologias de registro da história, cultura e vida dos Povos Indígenas. Na oportunidade, a ADELCO reuniu-se com lideranças Jenipapo-Kanindé, Tremembé de Almofala e Kanindé de Aratuba para definir estratégias e apoio às atividades de Museologia (encontros, formação e intercâmbios) através do Projeto Turismo Solidário e Saneamento Ecológico, realizado pela ADELCO e com apoio da Fundação Interamericana (IAF).
Exposição Museu Indígena Pitaguary
“O museu é melhor que a internet, ao mesmo tempo coloca num só lugar dois caciques: ali está o cacique Daniel na foto, e aqui está o cacique Cauã”, afirma Pajé Barbosa. ADELCO esteve presente, neste sábado, dia 20 de junho, da abertura da exposição Museu Indígena Pitaguary, no Museu de Arte Sobrado Dr. José Lourenço, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). A atividade contou com a presença de diversos povos, do artista Benício Pitaguary, pajés e caciques, representantes do Povo indígena Pitaguary, apoiadores e também do secretário Fabiano Dos Santos Piuba. Um momento de troca de saberes, de celebração, de salvaguarda e de fortalecimento da cultura. A exposição segue até o dia 17 de junho de 2017, de segunda à sexta (9h às 17h) e aos sábados (9h às 12h). O Museu Indígena Pitaguary integra a Rede Cearense de Museus Comunitários e a Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Brasil.
ATL 2017 – A maior mobilização nacional dos povos indígenas em cenário de retrocesso
Na semana de 24 a 28 de abril de 2017 aconteceu a maior mobilização nacional do movimento indígena, o 14º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. O acampamento reuniu mais de 4 mil indígenas de mais de 200 povos de todas as regiões do Brasil, superando a expectativa da coordenação do evento de 1,6 mil lideranças acampadas. Foi a maior mobilização da história do ATL. Uma reação forte ao cenário de grave ataque aos direitos indígenas. A repressão sofrida pelas lideranças indígenas que depositaram caixões nos espelhos d’água do Congresso Nacional, em luto por indígenas mortos, em protesto pela ineficácia da política indigenista, foi uma mensagem clara de um governo que não está aberto para o diálogo. O aparato policial usado contra lideranças indígenas de todo o Brasil, em especial as do Ceará, deu a tônica da relação de violência que se reproduziu nos dias seguintes do acampamento. Na terça-feira (25/04), as bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral explodiram no Congresso. Na quarta feira, 26 de abril, o acampamento foi sitiado por um forte policiamento, cercando as delegações acampadas vizinhas do estacionamento do Teatro Nacional. Isso aconteceu depois de a delegação de 60 lideranças indígenas composta na plenária do ATL ter sido intimidada, pelo policiamento durante o trajeto até o Senado Federal para uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e de ter sido impedida de entrar sob a justificativa de pouco espaço. A coordenação dessa delegação recusou a entrada de 20 lideranças, optando por retornar ao acampamento e informar as demais lideranças desse impedimento. O policiamento de operações especiais, a cavalaria, o choque, a força nacional estiveram mobilizadas a partir desse momento e na marcha da quinta-feira, 27 de abril, aos Ministérios da Justiça, da Saúde e da Educação para protocolar o documento final do ATL 2017 Os Sinais de repressão já eram visíveis ainda na montagem das barracas quando alguns carros de departamentos de polícia fotografavam o acampamento e passavam informações aos seus superiores à luz do dia. Um aparato de guerra mediou de forma desproporcional e intimidadora a relação entre as lideranças indígenas partícipes do ATL e o Estado brasileiro. Ficou claro que não há diálogo com o Poder Executivo para a efetivação do direito originário. Apesar desse cenário, houve audiência na tarde do dia 27 de abril no Supremo Tribunal Federal (STF) com lideranças indígenas que puderam se manifestar contrárias a tese do marco temporal. Da comissão do Ceará que participou desse momento, destaca-se o advogado Tapeba Ricardo Weibe. Delegação do Ceará A delegação do Ceará, composta por 55 lideranças indígenas, saiu de Fortaleza com destino a Brasília no dia 22 rumo ao maior evento indígena do país. Após 40 horas de viagem, representantes dos povos Anacé, Gavião, Jenipapo Kanindé, Pitaguary, Potiguara, Tabajara, Tapeba, Tapuya Kariri, Tremembé e Tubiba Tapuya, desembarcaram na capital do país para participar do Acampamento Terra Livre (ATL) e reencontrar parentes de todo o Brasil para debater e discutir a situação atual dos povos indígenas brasileiros. Sucateamento da FUNAI A redução do orçamento da União causou reforma no estatuto da FUNAI de modo a extinguir 347 cargos, fechando 51 Coordenações Técnicas Locais (CTLs) em todo o Brasil, dentre elas uma no Rio Grande do Norte (RN) e outra no Piauí (PI). Além do corte orçamentário do órgão indigenista oficial atingir a cifra de 40%, indicações políticas da bancada ruralista, em especial advindas do Partido Social Cristão (PSC), que optou por controlar a FUNAI em razão do apoio ao impedimento, causam tensão entre o movimento indígena e servidores das Coordenações Regionais (CR) e com a presidência do órgão. Esse é o caso do Mato Grosso do Sul e o caso do Ceará, cuja ocupação da CR Nordeste (NE) II está em curso desde o dia 20 de março. A delegação do Ceará, que ocupa a CR NEII, para pressionar o Ministério da Justiça (MJ) a exonerar coordenadora indicada por deputado federal ligado ao agronegócio no estado, participou, no dia 26 de abril, de audiência com o Presidente da Funai para tratar sobre a exoneração da senhora Tanúsia Maria Vieira. O cenário de retrocessos. O retrocesso político que vem ceifando direitos sociais, fragilizando ainda mais direitos humanos que protegem e assistem as minorias e a diversidade cultural e de gênero no Brasil ganhou forma de avalanche após a concretização do impedimento da ex-Presidente Dilma Roussef. Fruto de movimentação política do corpo parlamentar mais conservador da história recente da recente democracia cidadã brasileira. O projeto “Ponte para o Futuro” produzido nas coxias da cena política nacional vem pressionando, com vantagem significativa, reformas trabalhistas e previdenciárias, subsequentes à aprovação do teto de gastos para o orçamento público. Não demorou para apoiadores do impedimento perceberem que a Ponte é, na verdade, um túnel sem luz e em declive. Medidas anti-indigenas Projetos de Leis (PLs), Decretos Presidenciais (DP), Projetos de Emendas Constitucionais (PECs), Portarias, dentre outros instrumentos legislativos e administrativos vêm, há alguns anos, fragilizando o acesso a políticas indigenistas que asseguram a saúde indígena, a educação diferenciada, e, principalmente, a demarcação de territórios indígenas e o usufruto exclusivo dos recursos naturais neles contidos. A obrigação do Estado em proteger os territórios indígenas na verdade vem dando vazão para as pautas do agronegócio, das indústrias de exploração do solo e de energias renováveis. A violação dos territórios indígenas é constante e grave por ferir a Constituição Federal de 1988 e a Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). ADELCO Presente ADELCO participou do Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília. Em mais uma ação do Projeto Urucum (Realização ADELCO e ESPLAR com financiamento da União Européia), a ADELCO acompanhou a programação. O antropólogo Ronaldo Queiroz foi para Brasília junto com a delegação de indígenas do Ceará. Durante os dias de atividades do Acampamento Terra Livre, a ADELCO participou: – Dia 24 de abril – Plenária de acolhimento à tarde e de abertura à noite – Dia 25 de abril – Manhã – Cobertura do seminário na Procuradoria Geral da República (PGR), no auditório Juscelino
Campanha Ceará Indígena
ADELCO e Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria apresentam a campanha “Ceará Indígena”, uma realização do projeto “URUCUM – Fortalecendo a Autonomia Político-organizativa dos Povos Indígenas” com financiamento da União Europeia no Brasil. As ações do URUCUM acontecerão junto às 14 etnias indígenas, presentes em 19 municípios do Estado do Ceará. Nesse #Abrilindígena, a campanha “Ceará Indígena” tem como objetivo contribuir com a luta dos povos indígenas do Ceará pela demarcação da terra, dar visibilidade às violações sofridas pelos povos indígenas do Ceará como os casos de morosidade dos processos de demarcação de terra e a discriminação sofrida pela população tradicional. “Terra demarcada, vida garantida!” “No Ceará, tem índio sim!” “Ceará terra de índio” “Pelo direito a terra, ao território e a livre autodeterminação” “Terra enche barriga sim! Demarcação das terras já”
Nota Apib – Massacre do Povo Gamela (MA)
Conclamamos todos e todas defensores e defensoras dos direitos humanos a cobrar do Estado brasileiro providências, pois basta de genocídio de nosso povo! Confira a nota da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib sobre o massacre do Povo Gamela (MA): http://apib.info/2017/05/01/nota-da-articulacao-dos-povos-indigenas-do-brasil-apib-sobre-o-massacre-do-povo-gamela-maranhao/
Projeto URUCUM acompanha as atividades em Brasília
Povos na luta. Entre barricadas e bombas, entre repressões e violências, com direitos negados e invisibilizados, mais uma vez os parentes bradam em tantas vozes: resistir e existir. Indígenas do Ceará presentes no Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília. A ADELCO apoia e se solidariza com os povos, reforça a importância da urgência da demarcação das terras, repudia atos de violência e se pauta na defesa, intransigente, dos direitos humanos. Adelco e Esplar, através do projeto URUCUM (financiando pela União Europeia) acompanham as atividades em Brasília, enviando, inclusive, integrante da equipe, o antropólogo Ronaldo Queiroz, para acompanhar e registrar as ações na capital federal.
Ato na sede da Funai – Acampamento Terra Livre (ATL) 2017
Ato na sede da Funai em Brasília, quarta-feira, dia 26 de abril. Funai, em Fortaleza, continua ocupada e a luta só cresce no Acampamento Terra Livre (ATL).
Oficinas de artesanato indígena Tremembé
Nos dias 21 e 22 de abril, o Projeto “Turismo Comunitário Solidário”, apoiado pela Fundação Interamericana (IAF) e coordenado pela ADELCO, deu início, junto ao Povo Tremembé de Almofala as oficinas de artesanato indígena. As oficinas priorizam a valorização da cultura indígena através dos produtos artesanais locais. As oficinas contam com a participação de crianças, jovens e adultos das aldeias do Povo Tremembé de Almofala (Itarema-CE). Durante as oficinas, foram repassados conhecimentos sobre a prática da produção dos diversos tipos (tipologia) de artesanatos dos Tremembé. Nas primeiras oficinas, foram produzidos “pau de cabelo”; cordões, gargantilhas e braceletes de búzio; e taças da “quenga de coco”. A ideia é que essa atividade seja apoiada e valorizada nas atividades de turismo comunitário e solidário nos Tremembé.
ADELCO presente no Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília
ADELCO presente no Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília. Em mais uma ação do Projeto Urucum (Realização ADELCO e ESPLAR com financiamento da União Européia), a ADELCO acompanha a programação do ATL 2017. O antropólogo Ronaldo Queiroz está em Brasília junto com a delegação de indígenas do Ceará. É a ADELCO acompanhando às lutas e os povos, por direitos e dignidades. Acompanhe a programação: