CARTA POLÍTICA DA XX ASSEMBLEIA ESTADUAL DOS POVOS INDÍGENAS DO CEARÁ

CARTA POLÍTICA DA XX ASSEMBLEIA ESTADUAL DOS POVOS INDÍGENAS DO CEARÁ – ALDEIA VARJOTA – ITAREMA-CE, 12 DE SETEMBRO DE 2015 Nós representantes indígenas presentes na XX Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará, realizada na Aldeia Varjota, Terra Indígena Tremembé de Almofala, município de Itarema-Ce de 10 a 13 de Setembro de 2015, diante das discussões realizadas no curso dessa assembleia, apresentamos por meio dessa carta aberta a nossa profunda preocupação com o atual cenário de crescente e constantes violações aos direitos dos povos indígenas do Brasil, que vem sendo capitaneadas por setores conservadores do agronegócio, representado inclusive pelas bancadas dos ruralistas e evangélicas no Congresso Nacional. Esses setores, aliados por diversos seguimentos do Governo Brasileiro atacam frontalmente os direitos humanos dos nossos povos, ceifando vidas de guerreiros e guerreiras indígenas que resistem e atuam na luta pela Mãe Terra combatendo cotidianamente e sem o apoio das agências governamentais contra as ações de implantação de empreendimentos em terras indígenas e esbulho de nossos territórios. O Estado Brasileiro, rendido aos interesses econômicos das velhas oligarquias que há séculos dominam o nosso país, está condenando o futuro das nossas gerações. Somos povos que praticam a política do bem viver e, com a nossa sabedoria conseguimos preservar e conservar os nossos territórios, portanto, defender os povos indígenas é defender a sustentabilidade do nosso planeta que se encontra agonizando por conta das mudanças climáticas resultado da concentração de riquezas e da ganância da ação humana. Nos preocupamos com o atual cenário de massacre que vem ocorrendo em nossos territórios e que de forma tendenciosa não é visibilizado, como os casos de chacinas impostas contra os parentes Guanany-Kaiwá no Mato Grosso do Sul, criminalizações de lideranças indígenas Tupinambá na Bahia e as constantes ameaças as lideranças indígenas de nosso estado que atuam na defesa dos nossos territórios ainda não regularizados. O Estado Brasileiro, tem sido um dos setores mais violadores dos direitos dos povos indígenas. Tratados Internacionais, a própria Constituição Federal e demais leis internas são diariamente descumpridas. Grandes empreendimentos estão sendo implantados em nossos territórios. Nossa terra e nossas águas estão dando lugar ao cimento e ao concreto, enquanto os nossos povos são ameaçados de perder os territórios já conquistados e aqueles que ainda não o alcançaram os territórios convivem em estado de extrema vulnerabilidade. Repudiamos veementemente as medidas anti-indígenas em tramitação no Congresso Nacional do Brasil Não Indígena. Não nos sentimos representados por um congresso que afronta e tenta massacrar os nossos povos, a exemplo da famigerada PEC 215 que tenta retirar da União Federal a competência de demarcar Terras Indígenas para esse congresso que não tem sequer um guerreiro ou guerreira indígena o integrando. Convivemos com violações diretas nas áreas das políticas da educação escolar indígena e nas políticas de atenção a saúde indígena e de outras políticas setoriais que promovam a cidadania dos nossos povos e comunidades indígenas. No Brasil, somos o Estado mais atrasado em regime de demarcação de terras indígenas e esse cenário quer apresenta perspectivas de mudanças, o que poderá causar um cenário de intenso conflito nas nossas regiões. Conclamamos ao Estado Brasileiro que repensem as suas medidas. Não é possível continuarmos convivendo com um Poder Judiciário sempre tendente a proceder julgados em favor do poder econômico em fiel afronta ao princípio da imparcialidade. Não é possível conviver com um poder executivo refém de um congresso elitista, conservador, ruralista e anti-indígena. Éramos povos autônomos. Vivíamos em harmonia com a natureza. Fomos vulnerabilizados pelas atrocidades cometidas aos nossos troncos velhos e aos nossos resistentes de hoje. Esperamos que a nossa voz, caso não seja ouvida pelos diversos setores do Brasil, possa alcançar as cortes de direitos humanos para que esses organismos internacionais possam apurar o cenário latente de violações dos direitos dos povos indígenas. Somos povos originários, filhos e donos dessa terra! Terra Demarcada, vida garantida! Aldeia Indígena Varjota – Itarema-CE, 12 de Setembro de 2015.

Projeto Matas da Encantada no Programa Pense Verde

O programa Matas da Encantada foi destaque no programa Pense Verde, da TV Unifor, no dia 13 de agosto. A reportagem enfatizou a visita dos estudantes indígenas Jenipapo-Kanindé ao Parque Botânico do Ceará. Confira no vídeo abaixo:

XX Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará.

Etnias se reúnem na XX Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará. A atividade acontecerá entre os dias 10 e 13 de setembro na Aldeia Varjota – Terra Indígena Tremembé de Almofala (Itarema-Ceará). A ADELCO participa da atividade e apoia o evento. A programação discutirá várias temáticas, entre elas: a situação da regularização fundiária em terras indígenas, saúde indígena, políticas de educação, lutas e resistências, espiritualidades, situação institucional e política. Além dos debates, haverá o lançamento do Dossiê “Denúncia sobre a situação territorial dos Povos Indígenas do Ceará”, exposição de documentário e demais atividades culturais. O evento conta com a realização dos Povos Indígenas do Ceará, APOINME e COPICE e com apoio da ADELCO, CDPDH, FUNAI e Saúde Indígena (Ministério da Saúde) Confira a programação #assessoria

Placas informativas passam a fazer parte das trilhas etnoecológicas Jenipapo-Kanindé

Dando continuidade ao processo de identificação das trilhas etnoecológicas da aldeia Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz-CE, o projeto Matas da Encantada, realizado pela Adelco com o patrocínio da Petrobras, instalou na última sexta-feira (04/09) placas informativas sobre os caminhos a serem percorridos. As placas trazem informações sobre distância, nível de dificuldade, sobre o que o visitante pode encontrar na trilha e um mapa informativo do lugar. Ao todo, são cinco trilhas que o visitante poderá escolher: a do Tapuio, lagoa da encantada, sucurujuba, do marisco e a do morro do urubu. A partir destes caminhos, é possível ver a diversidade da flora e fauna da terra indígena, os olhos d´ água, as lagoas, bem como toda a extensão do território indígena. Em breve, será lançado um Guia Ambiental com informações impressas sobre as trilhas.

Etnodesenvolvimento – Oficina de Criação de Aves

Nos dias 7 e 10,13 e 17 de agosto, na aldeia da Lagoa da Encantada em Aquiraz e nas comunidades Tapeba da Ponte e Jandaíguaba, aconteceram as atividades da oficina de criação de aves, seguindo o modelo agroecológico. A oficina foi dividida em dois momentos distintos: um primeiro, que valorizou a troca de experiências sobre o manejo geral, nutricional e sanitário para a criação de aves caipiras (utilizando o modelo de transição agroecológico) e o segundo destinado às práticas de manejo com pintinhos. Ao final da atividade, aconteceu a entrega destes animais para as famílias participantes do projeto Etnodesenvolvimento, que tem por um de seus objetivos o fortalecimento de quintais produtivos. O projeto Etnodesenvolvimento conta com a realização da ADELCO e Patrocínio da Petrobras.   #assessoria

Jenipapo-Kanindé: visita ao Parque Botânico do Ceará proporciona intercâmbio cultural e ambiental

Para cerca de 40 crianças e jovens da Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Jenipapo-Kanindé, a última sexta-feira (07/08) foi dia de visitar o Parque Botânico do Ceará, em Caucaia. A atividade de educação ambiental é uma iniciativa do Projeto Matas da Encantada, desenvolvido pela ONG ADELCO com patrocínio da Petrobras. O passeio percorreu 2km dos 4km de trilha existentes no lugar. Os estudantes conheceram o banco de sementes, o viveiro de mudas e o horto de plantas medicinais onde puderam aprender sobre os usos e emprego das plantas na culinária, no artesanato, na medicina, entre outros. A caminhada terminou no Espelho D’água do Parque. Para Bruna da Silva, de 9 anos, estudante do 5º ano, o passeio proporcionou conhecer pela primeira vez o parque. Já para Emille Soares, de 9anos, também do 5º ano, o passeio foi importante e despertou nela o cuidado com as plantas. “Tem plantas parecidas na minha comunidade”, afirmou. De fato, algumas das plantas encontradas no lugar, estão presentes na comunidade de origem dos indígenas Jenipapo-Kanindé. Assim como no Parque, na aldeia Lagoa Encantada, em Aquiraz, também habitam espécies vegetais como, por exemplo, a Paineira, o Pau-ferro e a Catingueira. Essas espécies foram identificadas na aldeia pelo Inventário da Fauna e da Flora Jenipapo-Kanindé, uma outra ação desenvolvida pelo Projeto Matas da Encantada e que em breve estará disponível em livro. A professora indígena Caroline Alves, ressalta a parceria do Projeto Matas da Encantada com a Escola. “Foi bem interessante para o conhecimento dos alunos e proporcionou uma rica troca de experiências, já que também temos nossa cultura e nossas plantas medicinais”, afirmou. Para Marciano Moreira, coordenador do Projeto Matas da Encantada, “a ação busca fortalecer práticas de educação ambiental já existentes na comunidade como as trilhas ecológicas, o reflorestamento e a preservação de espécies nativas, a partir dos estudantes e educadores da aldeia”, pontuou. Marciano afirmou ainda que o Projeto deverá estabelecer uma parceria com o parque nas ações de reflorestamento e recuperação de mata ciliar da aldeia Jenipapo-Kanindé. Confira: GALERIA DE FOTOS

5º Etapa Local da 1º Conferência Nacional de Políticas Indigenistas, Aldeia Grota Verde, Tamboril-CE

Confira fotos da 5° etapa local da 1º Conferência Nacional de Políticas Indigenistas realizada entre os dias 06 e 08 de agosto, na Aldeia Grota Verde, em Tamboril-CE. Participaram desta etapa os indígenas das etnias Gavião, Potiguara, Tabajara e Tubiba-Tapuya. A etapa regional da Conferência Indigenista está prevista para os dias 01, 02 e 03 de Setembro, envolvendo as 14 etnias do Estado. Créditos: Adelle Azevedo e Patrick Oliveira #assessoria

Crianças indígenas Jenipapo-Kanindé participam de trilhas no Parque Botânico

A atividade é parte do Projeto Matas da Encantada (desenvolvido pela ADELCO com parceria da Petrobras) e será realizada na manhã da sexta-feira, dia 7 de agosto Crianças e adolescentes da etnia Jenipapo-Kanindé (Aquiraz) participam, na manhã de sexta-feira (dia 7 de agosto) de atividade de Educação Ambiental no Parque Botânico do Ceará (Caucaia). Cerca de 40 estudantes da Escola Jenipapo-Kanindé e outros jovens da comunidade visitarão o Parque em uma atividade do Projeto Matas da Encantada, desenvolvido pela ONG ADELCO com parceria da Petrobras. A proposta é fazer as trilhas, aprender sobre fauna e flora. Um momento para a troca de saberes com a cultura indígena. A atividade está prevista para 40 pessoas entre alunos, alunas e professores da escola Indígena Diferenciada Jenipapo-Kanindé e será para alunos do 5° ao 9° ano, contando também com a presença dos jovens guias das trilhas ecológicas. A proposta é que eles saiam às 7h30 da Aldeia e cheguem ao Parque às 9h. Em seguida, o grupo fará a trilha com os guias. A atividade faz parte das ações de educação do projeto Matas da Encantada, um momento de intercâmbio entre diferentes ambientais e para observação de outras trilhas. O projeto Matas da Encantada abrange a área do Complexo Vegetal da Zona Litorânea, em Aquiraz, onde está localizada a aldeia Jenipapo-Kanindé. Com o patrocínio da Petrobras e execução da Associação para Desenvolvimento Local Co-produzido (Adelco), o projeto visa à adoção de práticas agroecológicas de uso sustentável da terra, proteção e reflorestamento de matas nativas e Áreas de Preservação Permanente (APPs), além de ações de saneamento e educação ambiental. O objetivo central do trabalho é que as novas técnicas utilizadas gerem novas atitudes dos moradores em relação aos cuidados com a vegetação, ambientes aquáticos e demais recursos naturais, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos, redução da erosão, aumento da infiltração da água, conservação da cobertura vegetal e, consequentemente, a fixação de gases de efeito estufa. O uso sustentável da terra prevê ainda o aumento da renda e a melhoria da qualidade de vida da comunidade, através da conversão de áreas produtivas degradadas em sistemas agroflorestais (SAFs). Mais informações: Assessoria ADELCO – Isabelle Azevedo (85) 999624420 ou Ivna Girão (85) 988175149

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