Exposição Museu Indígena Pitaguary
“O museu é melhor que a internet, ao mesmo tempo coloca num só lugar dois caciques: ali está o cacique Daniel na foto, e aqui está o cacique Cauã”, afirma Pajé Barbosa. ADELCO esteve presente, neste sábado, dia 20 de junho, da abertura da exposição Museu Indígena Pitaguary, no Museu de Arte Sobrado Dr. José Lourenço, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). A atividade contou com a presença de diversos povos, do artista Benício Pitaguary, pajés e caciques, representantes do Povo indígena Pitaguary, apoiadores e também do secretário Fabiano Dos Santos Piuba. Um momento de troca de saberes, de celebração, de salvaguarda e de fortalecimento da cultura. A exposição segue até o dia 17 de junho de 2017, de segunda à sexta (9h às 17h) e aos sábados (9h às 12h). O Museu Indígena Pitaguary integra a Rede Cearense de Museus Comunitários e a Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Brasil.
ATL 2017 – A maior mobilização nacional dos povos indígenas em cenário de retrocesso
Na semana de 24 a 28 de abril de 2017 aconteceu a maior mobilização nacional do movimento indígena, o 14º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. O acampamento reuniu mais de 4 mil indígenas de mais de 200 povos de todas as regiões do Brasil, superando a expectativa da coordenação do evento de 1,6 mil lideranças acampadas. Foi a maior mobilização da história do ATL. Uma reação forte ao cenário de grave ataque aos direitos indígenas. A repressão sofrida pelas lideranças indígenas que depositaram caixões nos espelhos d’água do Congresso Nacional, em luto por indígenas mortos, em protesto pela ineficácia da política indigenista, foi uma mensagem clara de um governo que não está aberto para o diálogo. O aparato policial usado contra lideranças indígenas de todo o Brasil, em especial as do Ceará, deu a tônica da relação de violência que se reproduziu nos dias seguintes do acampamento. Na terça-feira (25/04), as bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral explodiram no Congresso. Na quarta feira, 26 de abril, o acampamento foi sitiado por um forte policiamento, cercando as delegações acampadas vizinhas do estacionamento do Teatro Nacional. Isso aconteceu depois de a delegação de 60 lideranças indígenas composta na plenária do ATL ter sido intimidada, pelo policiamento durante o trajeto até o Senado Federal para uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e de ter sido impedida de entrar sob a justificativa de pouco espaço. A coordenação dessa delegação recusou a entrada de 20 lideranças, optando por retornar ao acampamento e informar as demais lideranças desse impedimento. O policiamento de operações especiais, a cavalaria, o choque, a força nacional estiveram mobilizadas a partir desse momento e na marcha da quinta-feira, 27 de abril, aos Ministérios da Justiça, da Saúde e da Educação para protocolar o documento final do ATL 2017 Os Sinais de repressão já eram visíveis ainda na montagem das barracas quando alguns carros de departamentos de polícia fotografavam o acampamento e passavam informações aos seus superiores à luz do dia. Um aparato de guerra mediou de forma desproporcional e intimidadora a relação entre as lideranças indígenas partícipes do ATL e o Estado brasileiro. Ficou claro que não há diálogo com o Poder Executivo para a efetivação do direito originário. Apesar desse cenário, houve audiência na tarde do dia 27 de abril no Supremo Tribunal Federal (STF) com lideranças indígenas que puderam se manifestar contrárias a tese do marco temporal. Da comissão do Ceará que participou desse momento, destaca-se o advogado Tapeba Ricardo Weibe. Delegação do Ceará A delegação do Ceará, composta por 55 lideranças indígenas, saiu de Fortaleza com destino a Brasília no dia 22 rumo ao maior evento indígena do país. Após 40 horas de viagem, representantes dos povos Anacé, Gavião, Jenipapo Kanindé, Pitaguary, Potiguara, Tabajara, Tapeba, Tapuya Kariri, Tremembé e Tubiba Tapuya, desembarcaram na capital do país para participar do Acampamento Terra Livre (ATL) e reencontrar parentes de todo o Brasil para debater e discutir a situação atual dos povos indígenas brasileiros. Sucateamento da FUNAI A redução do orçamento da União causou reforma no estatuto da FUNAI de modo a extinguir 347 cargos, fechando 51 Coordenações Técnicas Locais (CTLs) em todo o Brasil, dentre elas uma no Rio Grande do Norte (RN) e outra no Piauí (PI). Além do corte orçamentário do órgão indigenista oficial atingir a cifra de 40%, indicações políticas da bancada ruralista, em especial advindas do Partido Social Cristão (PSC), que optou por controlar a FUNAI em razão do apoio ao impedimento, causam tensão entre o movimento indígena e servidores das Coordenações Regionais (CR) e com a presidência do órgão. Esse é o caso do Mato Grosso do Sul e o caso do Ceará, cuja ocupação da CR Nordeste (NE) II está em curso desde o dia 20 de março. A delegação do Ceará, que ocupa a CR NEII, para pressionar o Ministério da Justiça (MJ) a exonerar coordenadora indicada por deputado federal ligado ao agronegócio no estado, participou, no dia 26 de abril, de audiência com o Presidente da Funai para tratar sobre a exoneração da senhora Tanúsia Maria Vieira. O cenário de retrocessos. O retrocesso político que vem ceifando direitos sociais, fragilizando ainda mais direitos humanos que protegem e assistem as minorias e a diversidade cultural e de gênero no Brasil ganhou forma de avalanche após a concretização do impedimento da ex-Presidente Dilma Roussef. Fruto de movimentação política do corpo parlamentar mais conservador da história recente da recente democracia cidadã brasileira. O projeto “Ponte para o Futuro” produzido nas coxias da cena política nacional vem pressionando, com vantagem significativa, reformas trabalhistas e previdenciárias, subsequentes à aprovação do teto de gastos para o orçamento público. Não demorou para apoiadores do impedimento perceberem que a Ponte é, na verdade, um túnel sem luz e em declive. Medidas anti-indigenas Projetos de Leis (PLs), Decretos Presidenciais (DP), Projetos de Emendas Constitucionais (PECs), Portarias, dentre outros instrumentos legislativos e administrativos vêm, há alguns anos, fragilizando o acesso a políticas indigenistas que asseguram a saúde indígena, a educação diferenciada, e, principalmente, a demarcação de territórios indígenas e o usufruto exclusivo dos recursos naturais neles contidos. A obrigação do Estado em proteger os territórios indígenas na verdade vem dando vazão para as pautas do agronegócio, das indústrias de exploração do solo e de energias renováveis. A violação dos territórios indígenas é constante e grave por ferir a Constituição Federal de 1988 e a Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). ADELCO Presente ADELCO participou do Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília. Em mais uma ação do Projeto Urucum (Realização ADELCO e ESPLAR com financiamento da União Européia), a ADELCO acompanhou a programação. O antropólogo Ronaldo Queiroz foi para Brasília junto com a delegação de indígenas do Ceará. Durante os dias de atividades do Acampamento Terra Livre, a ADELCO participou: – Dia 24 de abril – Plenária de acolhimento à tarde e de abertura à noite – Dia 25 de abril – Manhã – Cobertura do seminário na Procuradoria Geral da República (PGR), no auditório Juscelino
ADELCO presente no Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília
ADELCO presente no Acampamento Terra Livre 2017 em Brasília. Em mais uma ação do Projeto Urucum (Realização ADELCO e ESPLAR com financiamento da União Européia), a ADELCO acompanha a programação do ATL 2017. O antropólogo Ronaldo Queiroz está em Brasília junto com a delegação de indígenas do Ceará. É a ADELCO acompanhando às lutas e os povos, por direitos e dignidades. Acompanhe a programação:
Seleção de coordenador/a financeiro de projeto
ADELCO abre seleção para uma (01) vaga para Coordenador/a Financeiro/a de projeto com carga horária de 30 horas semanais. O regime de trabalho é CLT. O profissional selecionado irá atuar no Projeto de fortalecimento da autonomia político-organizativa dos povos indígenas. Os/as interessadas/os deverão enviar currículo e carta justificando o interesse pelo cargo até o dia 15 de agosto de 2016 para o e-mail institucional adelco@localhost , devendo especificar no campo assunto: Financeiro. Perfil desejado dos/as profissionais: Formação superior na área financeira (Administração, Ciências Contábeis, Finanças ou afins); Minimo de 03 anos de conhecimento, comprovado em terceiro setor e sua legislação; Dominio do excell; Rigor na organização; Identificação e sensibilização com a justiça social e os direitos dos povos indígenas; Capacidade de articulação e negociação; Facilidade de comunicação; Capacidade de liderança; Capacidade de trabalho em grupo; Dinâmica/o e criativa/o, sabendo exercer sua autonomia; Possuir carteira de habilitação categoria B e ter prática de direção. CONFIRA AQUI O EDITAL COMPLETO
ADELCO seleciona técnico para atuar em projeto
A Associação para Desenvolvimento Local Co-Produzido (ADELCO) torna público a seleção para contração de pessoal para prestação de serviço temporário. O processo seletivo tem como objeto a contratação de 01 (um/a) técnico/a para apoio e acompanhamento das atividades do Projeto “Saneamento Ecológico e Turismo Solidário Indígena”, desenvolvido junto aos Povos Indígenas cearenses de Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba) e Tremembé (Almofala, Itarema). O projeto é coordenado pela ADELCO e tem o apoio da Fundação Interamericana (IAF). O profissional deve possuir nível superior nas áreas de ciências agrárias e/ou ciências sociais; Experiência de trabalho com comunidades rurais, populações tradicionais ou áreas de assentamento rural; habilitação “B” ou “A/B” e efetiva experiência na condução de veículo. Os currículos profissionais devem ser encaminhados para o e-mail (em formato “.doc” ou “.pdf”): adelco@localhost até o próximo dia 01 de agosto. Acesse aqui o EDITAL COMPLETO
Marco Vivo: festejo recebe exposição sobre os encantos da fauna e flora do povo indígena Jenipapo-Kanindé
O Museu Indígena Jenipapo-Kanindé, localizado na Comunidade Lagoa da Encantada, em Aquiraz, recebe até o próximo dia 23 de abril, a Exposição Encantos da Mata Jenipapo-Kanindé. O lançamento da exposição acontece, sábado (09), às 9hs, dentro das comemorações da Festa do Marco Vivo, festejo em que os indígenas lembram a própria cultura e buscam reconhecer o território através da plantação de um tronco de Imburana, árvore típica da região. A Exposição é o resultado de uma das ações do Projeto Matas da Encantada, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras e do Projeto Sistemas Agroflorestais, que tem o apoio financeiro do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), através do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos). Durante quase dois anos, o projeto construiu, de forma participativa, o inventário da fauna e a flora da comunidade indígena, identificando ao todo 133 espécies de aves, 19 de répteis, seis tipos de mamíferos e mais de 60 espécies de plantas. Os resultados podem ser conferidos de forma clara, simples, colorida e interativa na Exposição Encantos da Mata Jenipapo-Kanindé que traz ao público parte do material fotográfico de aves e plantas, exibição de insetos, além da reprodução das aves em madeira feita pelo artesão indígena Flávio Azevedo, da etnia Tapeba. Em breve, o material do inventário também estará disponível em livro. “Esperamos que a exposição possa mostrar não apenas a diversidade da fauna e flora da terra do povo Jenipapo-Kanindé, mas que o público identifique que é possível ter uma relação de cuidado e afeto com o ambiente, tal qual já fazem os indígenas”, afirma o coordenador do projeto Matas da Encantada, Marciano Moreira. O acervo da exposição apresenta ainda imagens das cinco trilhas ecológicas recuperadas pelo Projeto Matas da Encantada. As trilhas ecológicas foram implantadas considerando-se os aspectos ambientais e culturais mais relevantes na comunidade. :. Serviço – Lançamento da Exposição Encantos da Mata Jenipapo-Kanindé, sábado, 09 de abril, às 9h, na comunidade Lagoa da Encantada, comunidade indígena Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz-CE. Mais informações: Assessoria de Imprensa da Adelco – Isabelle Azevedo (85) 9962442 ou 3264.4492
Mandala do trilho recebe atividade de cuidado agrícola
#Agroecologia | O projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras, realizou no último dia 22 de fevereiro uma atividade de manutenção da mandala da Comunidade do Trilho, da etnia Tapeba, em Caucaia-CE. Os beneficiários do projeto realizaram ações de desbaste (retirada de plantas fracas de um canteiro), transplantio, limpeza entre os canteiros e fizeram um berçário de mudas de pitanga. O grupo também fez a primeira colheita do ano. Junto aos quintais produtivos, as mandalas fazem parte da ação de agroecologia do projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena. Nas fotos: Dona Lúcia, Paulo Sérgio e Zé Augusto, que lideram as ações da Mandala na Comunidade do Trilho. #assessoria #Tapeba #Mandalas
Povo Kanindé de Aratuba recebe oficina para Plano de Turismo Comunitário de Base
#Etnodesenvolvimento | O povo Kanindé de Aratuba esteve reunido no último dia 25 de fevereiro para a realização da primeira etapa da oficina de Plano de Turismo de Base Comunitária. O objetivo é alavancar a organização deste tipo de turismo na região, a partir da elaboração de um plano. A ação faz parte do projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras. O projeto tem ajudado a identificar trilhas etnoecológicas nas aldeias Fernandes e Balança, em Aratuba-CE. Nesta terça-feira (01/03), os indígenas se reúnem novamente, mas –desta vez – a conversa será sobre a organização para a Comercialização dos Produtos agrícolas e de artesanato. O encontro acontece na Aldeia Fernandes, a partir das 9h. #assessoria #Kanindé #TCB
Movimento Indígena do Ceará realiza Conferência Livre de Direitos Humanos
Representantes das 14 etnias indígenas do Ceará estarão reunidos neste sábado (13/02), na Aldeia Santo Antônio, terra indígena do povo Pitaguary, em Maracanaú, para participar da I Conferência Livre de Direitos Humanos dos Povos Indígenas do Ceará. O evento será realizado de 8h às 17h. Organizada pelo movimento indígena cearense, por meio da Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Ceará (COPICE) e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME/MR-CE), a conferência livre deverá eleger delegados e delegadas para a Conferência Estadual de Direitos Humanos, garantindo uma maior participação indígena no processo. A Conferência deverá ser realizada entre os dias 03 e 05 de março, em Fortaleza. Na ocasião, o movimento indígena também deverá eleger delegados e delegadas para participarem da Assembleia Geral da APOINME, que ocorrerá nos dias 02 e 03 de março. Os povos indígenas devem eleger ainda um representante indígena para integrar o Conselho Nacional de Política Indigenista. O conselho foi uma vitória do movimento na última Conferência Nacional de Políticas Indigenista, realizada em 2015. :. Serviço: I Conferência Livre de Direitos Humanos dos Povos Indígenas do Ceará, sábado, 13 de fevereiro, de 8h às 17h, Aldeia Santo Antônio, Terra Indígena Pitaguary, Maracanaú. Mais informações: Weiber Tapeba – 998098500
Projeto lança calendários culturais dos povos indígenas
O projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO e patrocinado pela Petrobras, apresenta os calendários culturais das etnias Jenipapo-Kanindé, Tapeba e Kanindé de Aratuba. As publicações trazem as datas dos festejos dos povos indígenas e das principais atividades da comunidade. Os calendários impressos foram distribuídos para as populações indígenas, mas é possível baixar o arquivo nos links abaixo. CALENDÁRIOS CULTURAIS TAPEBA KANINDÉ DE ARATUBA JENIPAPO-KANINDÉ