Assembleia local dos povos Potiguara, Tabajara, Kariri, Kalabaça, Tupinambá e Tapuya-Kariri
Conferência de Políticas Indigenistas – Assembleia local dos povos Potiguara, Tabajara, Kariri, Kalabaça, Tupinambá e Tapuya-Kariri nos dias 14, 15 e 16 de julho na comunidade Gameleira, São Benedito. Os participantes se reuniram em grupos de trabalho discutindo temas como desenvolvimento sustentável, direitos individuais e coletivos, diversidade e pluralidade étnica. Assembleia fez parte da 1° Conferência Nacional de Políticas Públicas Indigenistas O evento teve por objetivo avaliar a ação indigenista do Estado brasileiro, reafirmando as garantias reconhecidas aos povos indígenas no País, e propor diretrizes para a construção e a consolidação da política nacional indigenista. Durante os três dias, cerca de 150 indígenas discutiram temáticas como Territorialidade e o direito territorial dos povos indígenas; autodeterminação, participação social e o direito à consulta; direitos individuais e coletivos dos povos indígenas; desenvolvimento sustentável de terras e povos indígenas; diversidade cultural e pluralidade étnica no Brasil e o Direito à Memória e à verdade. Além disso, aconteceram discussões em Grupos de Trabalho, eleições de delegados/as e aprovação de documentos. Entre os temas em discussão, tem se sobressaído a demarcação das terras indígenas no Ceará umas das grandes reivindicações dos indígenas no Estado. Sem a demarcação, as populações ficam mais vulneráveis a problemas relacionados à educação, meio ambiente, saúde e segurança. O assunto agravou-se, no último ano, com a volta da tramitação, na Câmara Federal, da PEC 215, que põe em risco a demarcação de terras. O Ceará possui hoje 14 etnias, com uma população composta por aproximadamente 30 mil índios/as residentes em 19 municípios do Estado. Apenas um território está homologado – a Terra Indígena Córrego João Pereira, da Etnia Tremembé. Todas as demais ainda aguardam os trâmites legais para que sejam homologadas. #assessoria
Povo Anacé participa de oficina de Economia Solidária
O povo indígena da etnia Anacé participou, nos dias 04 e 05 de julho, de uma oficina de Economia Solidária, ministrada pela educadora popular e advogada Magnólia Said. A oficina, realizada na aldeia Matões, em Caucaia, faz parte das atividades do projeto Etnodesenvolvimento-Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras. A oficina de Economia Solidária também foi realizada na aldeia Anacé de Santa Rosa, nos dias 30 de junho e 01 de julho.
Oficina de Comercialização e Comunicação é realizada na aldeia Jenipapo-Kanindé
Os indígenas da etnia Jenipapo-Kanindé participaram na última sexta-feira (03/07), da oficina de “Comercialização e Comunicação”. A atividade faz parte das ações do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras. Os produtores reunidos discutiram as possibilidades de escoamento da produção que é feita na aldeia, visando o comércio e a possibilidade de realização de feiras locais. Dentre as estratégias enumeradas, está a necessidade da criação de grupos produtivos. Também foram pensadas formas de dar visibilidade aos produtos, fazendo uso de ferramentas de comunicação.
Tapeba: Oficina discute estratégias para comercialização de produtos indígenas
O povo Tapeba, em Caucaia, esteve reunido ontem (01/07) para participar da oficina de “Comercialização e Comunicação”. O objetivo foi discutir espaços e estratégias para a comercialização dos produtos, bem como formas de dar visibilidade aos produtos, fazendo uso de uma boa comunicação. A oficina foi realizada pelo projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras. Cerca de 30 produtores, entre artesãos e beneficiados pelos quintais produtivos, outro eixo de ação do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, participaram da atividade. A proposta é criar condições para que os produtores possam vender, criando assim perspectivas para dinamizar a economia local. O próximo passo para os agricultores e artesãos Tapeba é a organização de grupos produtivos, dentro da perspectiva da economia solidária. A previsão é que, no início de agosto, uma nova oficina discuta este tema. IMAGENS DA OFICINA
Curso de Trilhas – Kanindé de Aratuba
Atividade do Curso de trilhas na comunidade indígena Kanindé de Aratuba. O curso faz parte das ações do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras. Foram percorridas, nos dias 27 e 28 de junho, duas trilhas: a da Balança e a Corta Faca. Um momento para troca de saberes, reconhecimento dos pontos de memória, história dos povos e muitos ensinamentos sobre plantas medicinais, reconhecimento da flora e da fauna, dos lugares sagrados, parada para conversar com o pajé, se encantar com histórias e lendas. Uma vivência encantada nos Kanindé de Aratuba. #assessoria
Experiência do Projeto Matas da Encantada é retratada em livro
A experiência do projeto Matas da Encantada, desenvolvido pela ADELCO com patrocínio da Petrobras, está registrada no livro ““Floresta, Água e Clima: boas Práticas nos Biomas Brasileiros”, lançado no último dia primeiro de junho durante o Seminário Nacional de Políticas Públicas Floresta, Água e Clima, realizado em Bonito, Mato Grosso do Sul. A publicação traz dois textos que relatam as ações desenvolvidas junto à comunidade indígena Jenipapo-Kanindé, localizada em Aquiraz-CE. O primeiro texto descreve a implantação do Sistemas Agroflorestal (SAF) na aldeia indígena. Já o segundo relato, apresenta a tecnologia social das cisternas de ferrocimento e das fossas ecológicas. Organizado pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN) e o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), o livro contém textos, fotos e relatos de projetos patrocinados pela Programa Petrobras Socioambiental. O material reúne orientações e aprendizados de cada projeto para que sirvam de base para outros órgãos, pessoas e instituições que desejem implantar iniciativas semelhantes. Em breve, o livro virtual estará disponível para baixar de forma gratuita. O livro físico pode ser solicitado junto à ADEMADAN e ao IASB. SEMINÁRIO O programa Matas da Encantada, através do Coordenador do projeto, Marciano Moreira, também esteve presente ao Seminário Nacional de Políticas Públicas Floresta, Água e Clima, realizado no período de 1 a 3 de junho. O evento teve como objetivo geral discutir avanços e retrocessos das políticas públicas ambientais e formular diretrizes para sua implementação.
ADELCO participa de oficina sobre Plano de Gestão Ambiental de Terras Indígenas
Entidade teve projeto aprovado pela FUNAI para elaborar Plano da terra indígena Tapeba A ADELCO participou entre os dias 26 e 28 de maio, em Brasília, da oficina de capacitação dos projetos para elaboração do Planos de Gestão Ambiental de Terras Indígenas (PGTAs) da Caatinga e do Cerrado. A atividade faz parte da programação do Edital da FUNAI sobre os PGTAs cuja proposta da ADELCO foi aprovada no último mês de março. Participaram da atividade Marciano Moreira, coordenador de projetos da entidade, e Rogério Vitor, da etnia Tapeba. A ADELCO foi contemplada com a proposta de elaborar junto ao povo Tapeba o PGTA da terra indígena que está localizada em Caucaia-CE. Os planos de gestão ambiental são instrumentos de planejamento e propostas de ação para recuperação de áreas ambientais degradadas. O projeto visa apoiar a construção do Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Tapeba, através de metodologias participativas que priorizem o protagonismo, diálogo intercultural e preservação dos valores culturais e recursos ambientais das Terras Indígenas.
I Fórum de museus indígenas do Brasil
Fórum consolida Rede de museus indígenas do Brasil
O I Fórum dos Museus Indígenas do Brasil, o I Fórum dos Museus Indígenas do Ceará e o III Encontro de Formação dos Gestores dos Museus Indígenas do Ceará terminou no último domingo (17/05), em Aratuba, distante 137km de Fortaleza, sendo considerado um marco no fortalecimento e organização da Rede de Museus Indígenas do Brasil. Alexandre Oliveira Gomes, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que o encontro mostrou um amadurecimento de um processo que se iniciou há dez anos. “Estamos vendo um encontro organizado pelos indígenas e percebendo a incorporação, de fato, das noções de museologia pelos gestores destes museus”, afirmou Alexandre logo após a apresentação das experiências indígenas. Para o pesquisador João Paulo Vieira, também do projeto Historiando e consultor do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), era um sonho do projeto historiando que os indígenas pudessem contar sua história em primeira pessoa. “Uma história que foi, durante muitos anos, negada aos índios”, lembra João Paulo. Antônia Kanindé explica que “Não é o branco que mostra sobre o índio, mas o índio que mostra sua história aos brancos”, afirma a indígena que participa da monitoria do Museu Kanindé, em Aratuba. O cacique João Venâncio, da etnia Tremembé, no Ceará, vai mais além: “Nós somos museus. Os museus vivos somos nós que sabemos da história do nosso povo”, determina. Para ele, não apenas os objetos, mas as vivências e o dia a dia da comunidade fazem parte dessa história. Para o pajé Barbosa, é fundamental guardar a memória dos indígenas para as gerações futuras. “Se a gente não guardar nossa história como os curumins vão se reconhecer? Na minha cidade não tem uma linha sobre os Pitaguary. Isso é dizer que você não existe, que você não tem identidade”, afirma o líder espiritual dos Pitaguary no Ceará. A professora Marília Xavier Cury, coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da USP e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do MAE-USP, explica que os indígenas têm buscado cada vez mais um fortalecimento político tanto interno quanto externo. “O museu é capaz de fazer as duas coisas, um fortalecimento interno a partir das memórias, histórias e representações, sempre olhando para o passado e projetando o futuro. Mas também tem uma grande capacidade de comunicação com a sociedade. Fala não apenas para si, mas se comunica com o outro”, explica. Marília ressalta ainda que o museu indígena é uma grande possibilidade de formar uma nova tradição para a museologia, uma vez que os espaços são organizados pelos próprios indígenas, contando suas próprias narrativas. Rompem, assim, com a museologia que possui raízes ainda no século XIX e no ocidente. “A Museologia precisa dos indígenas para se rever e inovar outras estéticas”, afirma a professora da USP. O Fórum Estiveram presentes ao evento representantes indígenas de Pernambuco, Bahia, Maranhão, Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e de nove etnias do Ceará, estado brasileiro que mais possui museus indígenas. O Fórum produziu um documento final dos representantes dos processos museológicos indígenas, apresentando suas demandas e desafios para a organização em rede nacional. O evento foi realizado pelo Museu Kanindé, da Associação Indígena dos Kanindé de Aratuba, da Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos e da Associação para Desenvolvimento Local Co-Produzido (ADELCO), através do projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena, que conta com o patrocínio da Petrobras. Na ocasião, a gestora de projetos da Petrobras, Janete Ribeiro da Mota, esteve presente ao Fórum para acompanhar as atividades.
Oficina ensina método de monitoramento popular da qualidade da água
Os estudantes da Escola Indígena Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz-CE, receberam uma aula diferente na última quinta-feira(14/05). A equipe do Projeto Matas da Encantada, projeto realizado pela ADELCO com patrocínio da Petrobras, realizou uma Oficina de Monitoramento participativo e popular da água para professores e estudantes. Os estudantes aprenderam técnicas simples e didáticas de análise da qualidade da água para ser empregada na própria comunidade. O método utilizado é o do “Colipaper” que consiste no uso de cartelas com meios de cultura em forma de gel desidratado. “Aqui é feita a análise microbiológica, indicando a presença de coliformes fecais e totais que acusam se amostra de água coletada e posteriormente analisada está ou não contaminada”, explica Jorge Filipe, consultor do projeto. Para a engenheira ambiental Adelle Azevedo, técnica do projeto, “A oficina permite a obtenção de informações básicas sobre possíveis problemas de poluição e degradação das fontes de água que abastecem a aldeia Jenipapo-Kanindé”, afirma. “A proposta é que a comunidade utilize a tecnologia nas próximas análises”, complementa Adelle. Além do monitoramento popular da água, o Projeto Matas da Encantada realiza ainda o monitoramento da qualidade das águas superficial e subterrânea a partir de uma abordagem técnico-científica, com análises laboratoriais.