Os museus indígenas são carregados de histórias, lutas, resistências, memórias e cultura de cada povo. Mais do que isso trazem a dimensão ambiental, cultural e social dos territórios. Reconhecendo as iniciativas existentes e a valorização da memória social a partir do protagonismo museal dos povos indígenas, a Adelco tem apoiado, incentivado a museologia indígena aqui no estado do Ceará.
Através do Projeto Maracas, financiado pela Fundação Inter-Americana (IAF) desde de 2016, vem sendo realizadas formações, encontros, capacitações, atividades, construções e reformas com o objetivo de fortalecer os museus indígenas do Ceará. O Museu Indígena Pitaguary, em 2016, foi contemplado com uma reforma de sua estrutura, além de mobílias e formações em museologia. Já o povo Tremembé de Almofala, em 2017-2018, recebeu a construção de salas de acervo e uma oca, além de toda a mobília para o espaço. Com o intuito de ampliar o debate em museologia e levar a experiência dos museus indígenas, em 2017, Rosa Pitaguary e o Janiel Tremembé participaram do evento “El Museo Reimaginado” realizado em Medelín na Colômbia.
Em 2019, foi realizado um diagnóstico sobre a situação dos museus indígenas do estado, sendo identificadas 14 experiências. A proposta do diagnóstico surgiu em reunião com as lideranças indígenas protagonistas da museologia no Ceará que expuseram a dificuldade dos Povos do Sertão em acessar recursos ou ter parceiros que pudessem apoiar as experiências museológicas da região. Assim, dentro do projeto Maracas, conseguiu-se uma emenda financeira junto a IAF para que fosse realizado o diagnóstico e apoiado os museus.
Com o diagnóstico pronto, em meio a tanta riqueza, demos continuidade às ações de fortalecimento desta ciência, por meio de encontro, capacitações, pequenas reformas em suas estruturas, mobílias (estantes, molduras, ventilador e prateleiras) confecção de materiais de comunicação (banner,folder e placa de identificação. A maior concentração destas experiências está no município de Monsenhor Tabosa com 08 museus, sendo a sua maioria em espaços escolares, proporcionando muitas práticas junto aos estudantes indígenas e não indígenas o que permite estender estes conhecimentos e cultivar a tradição e memória para as futuras gerações. O diagnóstico possibilitou também a impressão de um folder que localiza todas essas experiências (acesse o link: https://issuu.com/adelco.org/docs/folder_museus )
Outros Museus, trabalhos e eventos apoiados pela Adelco
A trajetória da Adelco junto à museologia não é recente. O primeiro trabalho da Adelco foi junto ao povo Tapeba, em 2006, com o Memorial Cacique Perna-de-Pau na Aldeia da Ponte. Na época, foram realizadas formações em Museologia, montagem de acervos e construído, junto ao Centro de Produção Cultural Tapeba, um espaço para abrigar as peças.
Outro trabalho realizado pela Adelco, foi o apoio ao Museu Indígena dos Kanindé de Aratuba, através do Projeto Ceará Indígena da Petrobrás Social, em que foi realizado uma reforma e ampliação do espaço do museu, além da construção de uma Oca e oficinas de formação. Tudo em parceria com os Kanindé que trabalharam muito na adequação do terreno. Já com o Museu Indígena Jenipapo-Kanindé foram trabalhadas as formações em museologia, trilhas etnoecológicas, além de montagem de exposições ambientais.
Contribuímos no apoio à construção e realização de diversos eventos como I Fórum dos Museus Indígenas do Brasil, o I Fórum dos Museus Indígenas do Ceará, o III Encontro de Formação dos Gestores dos Museus Indígenas do Ceará (realizado em Aratuba-CE), o II Fórum de Museus Indígenas do Ceará (realizado em Aquiraz-CE), além do III Fórum dos Museus Indígenas do Brasil (Piauí) e do IV Encontro de Formação dos Gestores dos Museus Indígenas do Ceará (Itarema-CE), além de viabilizar a ida de lideranças para outros eventos.
Ao longo da caminhada, a partir dos trabalhos com os Museus, construímos também materiais que retratassem os territórios indígenas. Assim, foi lançando “Encanto das Matas – Inventário Socioambiental Jenipapo-Kanindé” em 2016 e os Inventários Socioambientais do Povo Tremenbé de Almofala e do Povo Pitaguary que serão lançados em janeiro de 2020.
EM TEMPO
A Adelco agradece aos parceiros/as e facilitadores/as sem os/as quais os trabalhos não teriam sido viabilizados com qualidade e efetividade, e sobre tudo agradece profundamente pela acolhida, hospitalidade e partilha de todos e todas os/as protagonistas da museologia indígena e continuaremos juntos nos próximos períodos.
Museu Indígena é Cultura!
Museu Indígena é Educação !
Museu Indígena é Ancestralidade!