Agroecologia, economia solidária e turismo comunitária são temas de oficinas na comunidade Tremembé
Oficinas de sensibilização sobre agroecologia, economia solidária e turismo comunitário mobilizaram as aldeias da etnia Tremembé nos dias 23 e 24 de agosto, no município de Itarema. As atividades, que integram o projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, patrocinado pela Petrobras, foram desenvolvidas pela coordenadora do projeto, Maristela Pinheiro. O encontro aconteceu na Aldeia da Praia de Almofala, e reuniu 32 pessoas – jovens, adultos e lideranças indígenas, entre elas o Cacique Venâncio. Durante dois dias, foram discutidos temas como a degradação ambiental que vem acontecendo na área indígena, o resgate da cultura Tremembé e a possibilidade de implantação de um Plano de Turismo Comunitário para os Tremembés. Ao final, foi definida a formação de um grupo de jovens que irá participar de um processo de capacitação continuada em Economia Solidária e Turismo Comunitário, bem como do mapeamento dos atrativos turísticos e pequenos empreendimentos individuais na área de artesanato que existem na comunidade.
Adelco participa do IV Encontro Povos do Mar no SESC Iparana
O Turismo Comunitário foi tema de palestra no IV Encontro Povos do Mar, realizado no SESC Iparana, no dia 19 de agosto. Patrick Oliveira, Coordenador Geral da Adelco e Maristela Calvário, Coordenadora do Projeto Etnodesenvolvimento Ceará Indígena estiveram lá. O projeto, patrocinado pela Petrobras, desenvolve ações de turismo comunitário em seis comunidades indígenas do Ceará: Jenipapo-Kanindé, Kanindé de Aratuba, Tapeba, Anacé, Tremembé e Pitaguary.
Indígenas participam de oficinas sobre museologia social em Aquiraz e Aratura
Nos dias 28 e 29 de julho, a ADELCO realizou oficina sobre Museologia Social para a etnia Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz. A oficina foi ministrada pelo historiador João Paulo Vieira Neto na sede do Museu Jenipapo-Kanindé e contou com a participação de 18 indígenas, entre jovens e lideranças locais. O principal objetivo da oficina foi a discussão acerca da estrutura e dos fundamentos para a constituição de ações educativas no Museu Indígena Jenipapo-Kanindé, sugerindo metodologias que possibilitem aos participantes o desenvolvimento destas ações. Buscou-se estruturar a temática de forma que se fizesse uma reflexão crítica sobre as relações entre museu, história, memória, cultura, pesquisa, ensino e educação patrimonial. Levando-se em consideração as especificidades de cada localidade, foram utilizadas experiências concretas, estudo de casos e abordagens teóricas e metodológicas contemporâneas, discussão de questões relacionadas ao iminente conflito na construção social da memória, os limites e possibilidades da aplicação de projetos de ação educativa. Nos dias 15 e 16 de agosto, foi a vez da etnia Kanindé de Aratuba. Da oficina, também ministrada pelo historiador João Paulo Vieira Neto, participaram 23 jovens indígenas, que formam o núcleo educativo do Museu, e lideranças locais. As discussões foram muito importantes, pois nem os atuais colaboradores do museu nem os professores indígenas que participaram da oficina haviam sido capacitados e/ou sensibilizados para o potencial educativo de um museu indígena. “Acreditamos que o grande ponto positivo foi a apropriação conceitual e política deste importante espaço educativo e de memória pelos próprios educadores indígenas”, concluiu Maristela Calvário, coordenadora do Projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena. Para Samara Sammy, monitora do projeto, “o curso foi excelente porque conhecemos coisas novas, principalmente sobre museologia social. E também pudemos continuar a finalizar o inventário participativo do museu”, opinou.
A Festa da Colheita da Aldeia Cajueiro, em Poranga, reuniu 12 etnias cearenses no I Encontro de Caciques e Pajés do Ceará
Nos dias 13 e 14 de junho, em Poranga, representantes de 12 etnias se confraternizaram na Festa da Colheita e no I Encontro de Caciques e pajés do Ceará, realizados na aldeia Cajueiro, dos Tabajara Calabaça. A Adelco apoiou o evento, disponibilizando transporte para os indígenas que participam do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena. Marciano Gois, coordenador do projeto Matas da Encantada e Graça Araújo, coordenadora pedagógica do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena participaram do encontro, falando sobre as atividades da Adelco em seis comunidades indígenas e distribuindo camisetas do projeto Ceará Indígena entre as lideranças presentes. Após a recepção dos participantes, na manhã do dia 14/06, a programação começou com um ritual místico que unia dança e oração. Em seguida, na mesa de abertura, foi a vez dos convidados falarem: representantes da Prefeitura municipal de Poranga, Secretaria de Sáude do Município de Poranga, FUNAI, Organização Dos Indígenas do Ceará e Adelco. Oito caciques e cinco pajés de diversas etnias celebraram a colheita, evento tradicional na aldeia,. No Encontro, foram eleitos os representantes do distrito de Saúde: dois caciques ( Zé Canuto e Daniel Pitaguary) e dois pajés ( Barbosa/Pitaguary e Raimunda/Tapeba). Na ocasião, os participantes visitaram a mandala, que foi financiada pela EMATERCE.
Índios brasileiros e americanos se encontram na Semana dos Povos Indígenas
Caciques, pajés e representantes de oito etnias apresentam suas tradições culturais e trocam experiências de 22 a 25 de abril, na Semana dos Povos Indígenas 2014, no bairro Bom Jardim. A ideia é mostrar para a sociedade a história, lendas, mitos e a arte indígenas. Representantes de cinco povos indígenas cearenses, além de lideranças dos povos Pataxó, da Bahia, Tupiniquim, do Espírito Santo, e Lakota Sioux, do Norte dos Estados Unidos, participaram da Semana dos Povos Indígenas, realizada na sede do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMCBJ), no bairro Bom Jardim. O objetivo do encontro foi promover a troca de experiências entre as diversas etnias e permitir que a sociedade conheça as causas e os direitos indígenas. Participaram do evento lideranças das aldeias cearenses Pitaguary, Tremembé, Anacé, Jenipapo-Kanindé e Tapeba, representando as 14 tribos indígenas existentes no Ceará. Ao abrir a Semana, o presidente do MSMC, padre Rino Bonvini, enfatizou o intuito de consolidar a união entre estes povos em torno de uma mesma causa, através das danças, rodas de conversa, oficina de artesanato e exposição de arte. Segundo Patrick Oliveira, coordenador da Adelco (parceira do evento), “essa é uma oportunidade de se conhecer as peculiaridades de cada etnia, de aprender com as experiências de sucesso e também com as dificuldades enfrentadas, tanto na luta pelo reconhecimento cultural como na legalização das terras indígenas, entre outras questões. É um passo importante também para que os movimentos que defendem a cultura indígena se conheçam melhor e fortaleçam seus projetos”, disse. Marciane Tapeba, monitora do projeto Etnodesenvolvimento – Ceará Indígena, destacou que achou “importante a valorização da cultura indígena e o testemunho de um parente Lakota, pois vimos que o descaso com nosso povo não acontece só no Brasil”. Ela ressaltou ainda o ritual da sauna sagrada, conduzido pelos Lakota: “Pra mim, foi muito forte quando eles rezaram por todos os parentes e demonstraram que vale a pena se sacrificar por todo o nosso povo, o que é semelhante ao que fazemos aqui”, disse Marciane. Estiveram presentes às atividades alguns apoiadores da causa indígena, como Paulo Barbosa, coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Caio Feitosa, co-gestor do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), irmã Odila Bruno, integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Maria Amélia, coordenadora da Associação Missão Tremembé. Representando as diversas etnias, compareceram o Pajé Barbosa e Carlinhos Pitaguary (Pitaguary), Cacique João Venâncio e Pajé Luis Caboclo (Tremembé), Cacique Antônio (Anacé), Cacique Irê (Jenipapo- Kanindé), Adam Little Elk e Woopila Badhand (Lakota Sioux-EUA) e Ubiraci Pataxó (Bahia). As crianças da escola indígena Pitaguary participaram de um concurso de criação artística, com a produção de um texto em prosa, uma poesia e uma composição musical. Na programação, houve ainda oficinas de confecção de filtro de sonhos e instrumentos de sopro, exibição de filmes, oficinas, apresentações musicais, rodas de conversa, biodança, pintura e exposição do artesanato indígena.
Projeto Matas da Encantada recupera áreas degradadas na comunidade Jenipapo-Kanindé
O projeto “Matas da Encantada”, realizado pela Adelco com patrocínio da Petrobras, tem como beneficiária a comunidade indígena Jenipapo-Kanindé, em área do Complexo Vegetal da Zona Litorânea de Aquiraz. Entre os objetivos do projeto estão a adoção de práticas agroecológicas de uso da terra, a proteção e reflorestamento de matas nativas e de Áreas de Preservação Permanente (APPs), bem como ações de saneamento e educação ambiental. São dois os eixos principais: o ambiental – conservação dos recursos hídricos, redução da erosão, conservação das áreas com boa cobertura vegetal, e o social – aumento da geração de renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade indígena. Para atingir esses resultados, estão sendo realizadas diversas atividades, incluindo reconversão produtiva de capoeira degradada em sistema de produção agroflorestal, estabelecimento de Sistemas de Produção Agroflorestais (SAF), manejo e conservação de área florestal (visando a captação e estocagem de carbono), recomposição da mata ciliar da Lagoa da Encantada, produção de mudas, produção de adubo orgânico composto e húmus e estabelecimentos de quintais produtivos. Os trabalhos são implementados com o envolvimento da comunidade, promovendo a consciência e práticas agroecológicas como opções sustentáveis de produção de bens e serviços para atender as suas necessidades. O projeto pretende interferir no sentido de reverter a degradação dos recursos hídricos e melhorar a qualidade da água, através da promoção de ações de saneamento ambiental, que prevê a construção de cisternas para captação de águas pluviais e a implantação de fossas verdes (canteiros bio-sépticos) além da promoção de práticas de manejo racional do uso d’água, da coleta e destinação de resíduos sólidos. “Esse conjunto de ações resulta em uma abordagem sistêmica da questão do saneamento, do manejo de resíduos e da conservação da vegetação, além de questões ambientais relacionadas. O objetivo central do trabalho é que as novas técnicas gerem novas atitudes dos moradores em relação aos cuidados com a vegetação e com os ambientes aquáticos”, explica Patrick Oliveira, Coordenador Geral da Adelco. “A partir do diagnóstico da situação atual, todas as decisões sobre o planejamento e a seleção das ações a serem desenvolvidas são tomadas em parceria com a comunidade: a escolha das áreas para plantio, a preparação das mudas, a definição dos quintais produtivos e as demais atividades. Essa construção coletiva é um dos principais diferenciais do projeto”, disse Marciano de Gois, engenheiro agrônomo, coordenador do projeto.
Elementor #3871
Juventude Kanindé realiza II Conferência
Entre os dias 23 e 25 de março acontece a II Conferência da Juventude Indígena do Povo Kanindé. A atividade é uma realização da Articulação Indígena da Juventude Kanindé e acontece na Aldeia Gameleira, no município de Canindé-Ce. Para apoiar o encontro, a Adelco colaborou com as passagens para que representantes da Cojice possam participar deste momento rico de troca de experiências. A Adelco também participará do evento junto com o encarregado da União Europeia, Vicent Brackelaire, que visita a instituição até o dia 28.03. Juntos, eles reunirão com a juventude Kanindé na tarde desta sexta, 23, para conhecer o a organização dos jovens da região. A programação conta com debates sobre a atual situação do movimento indígena no Ceará, protagonismo juvenil, conquistas e perspectivas da juventude indígena, grupos de trabalho que discutem saúde, educação, esporte e memória. Noite cultural e trilhas também estão previstas como atividades. Fonte: Comunicação Adelco
Povo Kanindé de Aratuba discute valoração de Quintais Produtivos
Desde janeiro de 2018, a Adelco presta assessoria técnica a 14 famílias contempladas com o projeto produtivo da Associação Indígena Kanindé de Aratuba (AIKA), por meio do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – PDRS/PSJ III. No dia 02 de junho foi realizada a primeira oficina sobre valoração dos quintais produtivos. Estes locais são o primeiro ponto de produção de alimentos. Foram debatidos os temas da soberania e segurança alimentar e da possibilidade de arranjos (consorciação) na produção de frutas, verduras, hortaliças e hortos, utilizando pequenos espacos e os recursos naturais disponíveis. A oficina também teve o diálogo sobre a técnica da compostagem, além da importância da segurança alimentar. O ponto alto da reunião foi o debate sobre as sementes crioulas ou “sementes da paixão”, que podem ser de vegetais ou de animais. Clarice Albuquerque, tecnica da Adelco que acompanha o projeto, ressalta: “Fiquei surpresa porque os jovens já sabiam bem do termo e alguns adultos não. Foi ótima a reunião porque falamos das casas de sementes, dos projetos da ASA e da RIS (Rede de Intercâmbio de Sementes). A presença das mulheres foi bastante importante para esse momento, pois a maioria dos quintais produtivos são gerenciados por elas”, finaliza Clarice. O projeto São José é uma iniciativa da Secretaria do Desenvolvimento Agrário – SDA e tem como foco o fortalecimento da agricultura familiar e o bem estar das comunidades rurais. A perspectiva é aumentar a inserção econômica, a agregação de valor dos empreendimentos familiares da área rural, com financiamento de projetos produtivos no âmbito de cadeias produtivas promissoras, numa perspectiva de fortalecimento dessas cadeias e da inserção sustentável da agricultura familiar nos respectivos mercados. Fonte: Comunicação Adelco, SDA e Clarice Albuquerque
Tabajaras realizam Festa da Colheita e celebram a resistência
A Festa da Colheita aconteceu na Aleia Cajueiro, do povo Tabajara, no município de Poranga, na noite do sábado, 30/09. O evento aconteceu em pleno Encontro da Juventude Indígena no Ceará, organizado pela Adelco, via projeto Urucum; pela Juventude Indígena do Ceará; pelo Esplar e União Europeia, com o apoio do Governo do Estado do Ceará. Além da juventude de todo o estado, também estiveram presentes lideranças de outras aldeias para prestigiar a celebração. Com a retomada dos Tabajaras, em 2007, a terra passou a ser cuidada pelas 15 famílias que vivem ali. Após 10 anos, já existe energia, cisterna, internet, uma escola e a certeza de que retomar suas terras é resistência. 10 anos de festa Os povos indígenas da Aldeia Cajueiro, desde a retomada realizada no dia 10 de julho de 2007, tem adotado como tradição cultural a Festa da Colheita ao Luar, momento sagrado utilizado para agradecer a mãe Tamain, os encantados, a força da Jurema e ao pai Tupã por todas as conquistas. Este ano, a festa cultural terá como ingrediente especial a comemoração pelos 10 anos de luta, resistência e conquistas. Entre aquelas mais recentes está a decisão judicial com transito, expedita pela Justiça Federal, determinando o inicio do procedimento de demarcação da terra indígena do povo Tabajara. A noite será completa de apresentações, rituais, depoimentos sobre a luta indígena, diversos pratos da nossa culinária e de muita festa. Varias autoridades e lideranças indígenas dos diversos povos já confirmaram presença. A Festa da Colheita celebra com muitas alegria todas as conquistas e vitórias pela existência, pela proteção dos encantados. Fonte: Texto da Comunicação da Adelco e de Jorge Tabajara