Juventude indígena realiza I Encontro de Cultura Alimentar dos Povos Indígenas do Ceará

Foto: Evila Silveira A Aldeia Poço Dantas, do Povo Kariri, recebeu, entre os dias 22 e 25 de junho, o I Encontro de Cultura Alimentar dos Povos Indígenas do Ceará. O evento reuniu 13 povos indígenas do estado com momentos de muita troca de saberes entre os presentes. A abertura iniciou com uma noite de muito toré, forró, quadrilha junina e trocas culturais. Já o segundo dia de encontro começou com uma mesa sobre cultura alimentar e a construção de uma cartografia do que se come e produz em cada território. Na parte da tarde, os participantes foram para a etapa de produção de alimentos, um momento de muita troca de experiência entre os povos. À noite, a partilha dos alimentos culminou em uma grande festa que celebra os sabores e os saberes dos povos indígenas do Ceará. E no último dia, teve muito toré e feirinha de artesanato, no aldeiamento do Centro Cultural do Cariri. Para Joedson Kariri, um dos organizadores do evento, além da troca de experiências que o momento proporcionou, foi uma forma de ressaltar a importância da cultura alimentar indígena. “O povo tá aqui para dizer que existe, que tá na luta, na resistência, pautando  e construindo o movimento indígena no Ceará”, completou. Para Mateus Tremembé, técnico de mobilização do projeto Tucum, o encontro foi uma forma de unir os troncos velhos, mulheres, jovens e agricultores indígenas. “Estamos falando de identidade, de cultura alimentar de costumes e de terra e território, desse saber que é tão importante que é esse alimento”, ressalta. Para Adelle Azevedo, coordenadora do Projeto Tucum, apoiador do evento, o encontro reforça identidades: “É super importante um encontro que reforce esses saberes dos povos indígenas. Ver todas essas trocas acontecendo nos deixa felizes e fortalecem as identidades individuais e coletivas de cada povo”, destaca a coordenadora. O evento é uma realização da Associação Indígena Cariri do Poço Dantas- Umari, da Coordenação de Juventude Indígena do Ceará e tem o apoio da Adelco, por meio dos microprojetos financiados pelo Projeto Tucum- a força da resistência indígena. O Tucum é uma realização da Adelco e do Esplar com o apoio financeiro da União Europeia.

A tradicional Festa do Muncunzá do Povo Kanindé de Aratuba desde ano, foi marcada por diversas apresentações artísticas

No dia 17 de junho, a Adelco participou da 7ª edição da tradicional Festa do Muncunzá do Povo Kanindé de Aratuba. A festa do Muncunzá é um momento de celebração da cultura e da colheita do Povo Kanindé. Esse ano a edição contou com Ritual do Toré, fala de autoridades e parceiros, Drama Kanindé, apresentação de Cordel com o Mestre da Cultura Pádua Queiroz e o professor Reginaldo Kanindé, degustação das comidas típicas, em especial o Muncunzá, e muito forró com Nativos do Forró do Povo Tabajara de Monsenhor Tabosa. Estiveram prestigiando o evento os povos Jenipapo-Kanindé, Tremembé e Tabajara. Para Mateus Tremembé, pesquisador da cultura alimentar e técnico da Adelco, a festa foi muito importante para partilhar conhecimentos. “Fazer festa do Muncunzá significa manter viva a cultura alimentar do povo Kanindé e a garantia de uma gestão coletiva dos saberes e sabores entre as gerações futuras”, completou. Viva a cultura indígena! Viva o Povo Kanindé!

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ÚLTIMO MÓDULO DA FORMAÇÃO PARA MULHERES INDÍGENAS TEVE A CARTOGRAFIA SOCIAL COMO TEMA

O último módulo do Curso para Mulheres Lideranças Indígenas, realizado pelo Projeto Tucum – a força da resistência indígena, aconteceu neste mês de maio. Voltado para a cartografia social, ele foi dividido em duas partes, uma acontecendo em Crateús e a outra em Caucaia. Nesse módulo, as mulheres puderam criar o próprio mapa do território e trocar conhecimentos com mulheres de diferentes aldeias durante esse processo de catalogação. Carla Galiza, integrante do Projeto Tucum pelo Esplar, afirma que foi um processo de muitas vivências, de muitos saberes adquiridos e de muita partilha entre as participantes. “Finalizamos esse processo formativo com um tema muito importante para as mulheres indígenas, a cartografia social, que é muito relevante para empoderar politicamente essas participantes”, completa. A formação teve o total de 80h divididas em 5 módulos de 16h cada um, com os temas: Políticas Públicas Para as Mulheres; Agroecologia e Sistemas Agroalimentares; Mulher e Poder: Seu Lugar de Fala; Violência Contra a Mulher e Cartografia Social das Mulheres Indígenas do Ceará. Em torno de 140 mulheres divididas entre as 15 etnias do estado do Ceará participaram da formação que iniciou em março de 2022. Cada módulo buscou abranger mulheres tanto do Sertão e da Mata, quanto do Litoral e da Região Metropolitana, contemplando diversos territórios indígenas em todo o estado. Marciane Tapeba, coordenadora da Articulação de Mulheres Indígenas no Ceará (Amice), contou que a formação veio para fortalecer e colaborar com o movimento de mulheres. “As metodologias participativas foram muito importantes também, essa troca de experiências entre os povos e toda essa construção de conhecimento me encantou bastante”, finalizou. O curso Mulheres Lideranças Indígenas é mais uma realização do Projeto Tucum – a força da resistência indígena, coordenado pelas instituições Esplar e Adelco, e o financiamento da União Europeia, em parceria com a Amice.

Indígena do Ceará é escolhida pela ONU para estágio na Suíça

Ao todo, 20 jovens indígenas e quilombolas de todo o país foram escolhidos para participarem do Programa de Bolsas para Indígenas e Quilombolas de Língua Portuguesa de 2023, realizado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da ONU. Dentre os escolhidos, está a cearense Milena Kanindé (25), jovem advogada indígena do Povo Kanindé de Aratuba-CE.  O programa ocorrerá em duas etapas. A primeira será realizada em Brasília e terá duração de 2 a 3 semanas. Já a segunda terá duração de 4 semanas de treinamento prático no Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra-Suíça. Milena Kanindé é a única cearense do grupo. A ida à Suíça deve ocorrer no final de junho deste ano.  O programa, existente desde 1997, destina-se a aumentar o conhecimento dos povos Indígenas e Quilombolas sobre os principais mecanismos existentes de direitos humanos da ONU, para que eles possam usá-los para defender os direitos de maneira mais eficaz e levantar suas preocupações a nível internacional. Ao final, os participantes também ministrarão treinamentos sobre o conhecimento adquirido, difundindo o aprendizado em suas comunidades. Para Milena, esta oportunidade fortalecerá a luta dos povos indígenas do Ceará. “Tive interesse em participar desta seleção como mecanismo de fortalecimento e resistência da luta dos povos indígenas pela não violação de direitos. O meu compromisso com os 15 povos articulados no movimento indígena do Ceará é adquirir conhecimento nesse curso que acontecerá em Genebra e disseminar dentro das aldeias, com a juventude e com as minhas lideranças indígenas”, conta. Mini-currículo Milena Kanindé é advogada do Escritório de Advocacia Popular Indígena Ybi; assumiu recentemente a presidência da Comissão Especial de Direitos dos Povos Indígenas, da OAB-Ce; é integrante do Comitê Consultivo da Juventude para a Cooperação, da União Europeia no Brasil; integrante do Departamento Jurídico da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo – APOINME.

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Esta edição do mês de abril está repleta de notícias sobre os povos indígenas do Ceará e sobre o Acampamento Terra Livre deste ano! Clique aqui para ler o PDF na íntegra.

Conversatório destaca os caminhos da política para indígenas do Ceará

Nesta terça-feira (4), ocorreu um conversatório na ADUFC sobre caminhos políticos para os povos indígenas do Ceará organizado pela ONG indigenista Adelco e o Esplar-Centro de Pesquisa e Assessoria, através do Projeto Tucum. O debate contou com a presença de importantes influências indígenas como Mateus Tremembé, Milena Kanindé e Cacika Irê. A mediação foi realizada pela coordenadora do Tucum, Adelle Azevedo. A Profª. Helena Martins, secretária-geral da ADUFC também participou do momento trazendo pautas importantes como o apoio dos professores ao movimento indígena. “Nosso trabalho é o bem viver desses povos, da sua qualidade de vida. As demandas que têm chegado eu tenho tratado com muito cuidado, mas sempre respeitando nossas lideranças tradicionais, nossas organizações de base, dialogando, consultando”, defendeu Juliana Alves Jenipapo (Cacika Irê), Mestra em Antropologia e secretária da Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará (Sepince). No debate, Mateus Tremembé, liderança indígena e técnico de mobilização do Projeto Tucum, também falou sobre sua recente ida a Brasília para apresentar as reivindicações do Movimento Indígena do Ceará e comentou sobre a necessidade de se fazer presente em discussões políticas. “Fomos à Brasília apresentar nossas reivindicações, na Sesai, no Ministério dos Povos Indígenas, na Funai e em outros locais. No Ceará, também estamos juntos com a Sepince. Fomos cobrar lá e estamos aqui para colaborar também. Estamos sempre em busca do diálogo, porque esse é o melhor caminho”, destacou. O “Projeto Tucum – a força da resistência indígena” é uma iniciativa da Adelco, em parceria com o Esplar e o Movimento Indígena do Ceará, financiado pela União Europeia, a partir de seleção em edital nacional. O projeto alcança os 15 povos indígenas de 16 municípios cearenses: Aquiraz, Aratuba, Boa Viagem, Canindé, Caucaia, Carnaubal, Crateús, Maracanaú, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Pacatuba, Poranga, Quiterianópolis, São Benedito, São Gonçalo do Amarante, Tamboril.

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