Juventude indígena Kanindé realiza conferência com o povo Karão
A juventude do povo Kanindé de Aratuba organiza sua III Conferência de Juventude Indígena Kanindé, nos próximos dias 21 a 24 de março. Nesta edição, eles contam com a parceria do povo Karão/Jaguaribara, que recebe o evento na aldeia Feijão, em Canindé. O evento conta com a participação da juventude indígena de ambos os povos, convidados e jovens dos outras etnias no Ceará. A organização é do Coletivo de Jovens Indígenas Jaguaribara (CJIJ) e da Articulação da Juventude Indígena Kanindé (AJK). A iniciativa tem a parceria da Adelco, do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH), da Funai, da rede Mesa Brasil SESC e de outras instituições apoiadoras. O evento trará mesas de discussões sobre a presença de indígenas no Maciço de Baturité, tendo em vista a participação do povo Karão, que atualmente luta por sua autoafirmação e reconhecimento perante o movimento indígena estadual. “Um dos objetivos do nosso encontro é o fortalecimento da identidade indígena, buscando trazer este conhecimento para a nossa juventude”, comenta Jezueldo Kanindé (o Zú), coordenador da AJK. “Tal evento se torna de grande valia diante do cenário politico atual, sendo a politização e conscientização da juventude indígena uma forte arma para resistir à perda de direitos conquistados”, defende o jovem. Veja a programação em detalhes: Fonte: Comunicação Adelco com informações da Articulação da Juventude Indígena Kanindé.
Adelco realiza atividade com povo Kanindé de Aratuba
Desde de fevereiro de 2018, a Adelco vem prestando serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER para a Associação Indígena Kanindé de Aratuba (AIKA) dentro do Projeto São José III, desenvolvido pela Secretária de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará. No último dia 28 de fevereiro, foi realizada a última atividade de acompanhamento. A técnica, Clarice Albuquerque, e a Coordenadora Executiva da Adelco, Adelle Azevedo realizaram um momento de avaliação final do trabalho com os representantes das 14 famílias atendidas pelo projeto. Nilton Kanindé, da Comissão do Projeto, Cícero Kanindé, presidente da AIKA, e Cristina Barros, representante da UGP SJIII, também estiveram presentes. A partir de março, com a finalização e entrega dos equipamentos da Casa de Ovos e do Galpão para Aves, os Kanindé irão produzir e comercializar ovos de galinha. A Adelco deseja a AIKA sucesso nas suas atividades e reafirma o apoio e compromisso com a etnia. Conheça mais sobre a Terra onde está o povo Kanindé de Aratuba aqui. Veja mais fotos da visita aqui. Fonte: Comunicação Adelco
Adelco recebe Reunião de Monitoramento do Projeto Urucum
A Adelco recebeu na manhã desta quarta, 20, representantes das quatro organizações indígenas no Ceará para a reunião de monitoramento do Projeto Urucum. Esta é a oportunidade que o movimento indígena e a Adelco encontram para prestar contas e fazer o projeto e alinhar novas ações. Estiveram presentes, representantes do Esplar – instituição parceira nesta ação -, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (FEPOINCE), da Organização dos Professores Indígenas do Ceará (OPRINCE), da Associação das Mulheres Indígenas do Ceará (AMICE) e da Comissão da Juventude Indígena do Ceará (COJICE). Das ações discutidas neste encontro, estão: oficina de gestão e fortalecimento institucional, audiência pública sobre Violações dos Direitos Indígenas, lançamento de duas publicações e avaliação final do projeto. Para Lourdes Vieira, coordenadora do Urucum, “momentos como estes são importantes porque fortalecem a relação das instituições parceiras com os movimentos indígenas e suas realidades e necessidades”, conta. Conheça mais sobre o Projeto Urucum O Projeto URUCUM – Fortalecendo a autonomia político-organizativa dos povos indígenas se desenvolve em parceria com o Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria, junto às 14 etnias no Ceará, presentes em 19 municípios. A iniciativa é financiada pela União Europeia e contribui para o fortalecimento das capacidades de gestão e de intervenção social e política das associações indígenas e suas três principais representações no Ceará: a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince), a Organização dos Professores Indígenas do Ceará (Oprince) a Articulação das Mulheres Indígenas do Ceará (Amice) e a Comissão de Juventude Indígena do Ceará (Cojice). O Urucum baseia-se nas conferências locais de políticas indigenistas, onde as vozes coletivas uniram-se às diferentes etnias e superaram as dificuldades e conflitos em favor do bem maior que é a própria causa indígena. Para isso, trabalhamos com 300 lideranças representativas e as 14 etnias indígenas no Ceará. Leia mais aqui. Conheça outros projetos da Adelco aqui. Fonte: Comunicação Adelco
Adelco contrata consultoria para avaliação de projeto
O objetivo da contratação é para fornecer parâmetros para a avaliação do projeto “Fortalecendo a autonomia político-organizativa dos povos indígenas”, a partir dos diversos olhares das organizações que o compõe, quais sejam Adelco, Esplar, bem como COJICE, AMICE, OPRINCE E FEPOINCE, identificando e qualificando a situação atual e a anterior à intervenção da ação. Faz parte do trabalho a elaboração de um relatório de Avaliação do Projeto “Fortalecendo a autonomia Político-organizativa dos povos indígenas” – URUCUM. O relatório deverá ser apresentado às organizações co-requerentes do projeto para contribuições e validação do mesmo. As organizações e/ou pessoas interessadas deverão apresentar uma proposta de trabalho até o dia 18 de fevereiro de 2019. Enviar proposta para: adelco@localhost. O edital TERMO DE REFERÊNCIA PARA A CONTRATAÇÃO DE CONSULTOR/A PARA A ELABORAÇÃO DE AVALIAÇÃO EXTERNA DO PROJETO “FORTALECENDO A AUTONOMIA POLÍTICO-ORGANIZATIVA DOS POVOS INDÍGENAS” pode ser lido na íntegra aqui. Fonte: Comunicação Adelco
Cerca de 2 mil indígenas do Ceará realizam ‘Marcha da Resistência’ como parte do #JaneiroVermelho
As ruas de alguns bairros de Fortaleza, capital cearense, foram tomadas nesta quinta-feira, dia 31, pela Marcha da Resistência, realizada por cerca de 2 mil indígenas de todo o estado. O ato público, que contou com a participação de movimentos sociais, fez parte da programação de encerramento da campanha #JaneiroVermelho – Sangue Indígena, Nenhuma Gota a Mais, organizada pela Articulação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Foram protestos em 22 estados, Distrito Federal e exterior. Conforme a convocatória da Apib, o objetivo dos atos, país afora, é o “de denunciar a crescente ameaça que os povos originários e seus territórios têm sofrido, bem como os retrocessos impostos pelo Estado brasileiro”. O nome deste retrocesso tem nome e sobrenome: a Medida Provisória (MP) 870/19 do governo Jair Bolsonaro. “É uma ação que faz parte daquilo que esperamos que seja uma jornada de lutas dos povos indígenas contra medidas do tipo”, destaca Weibe Tapeba. No Ceará, a marcha do #JaneiroVermelho visitou o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU), realizando audiências na rua, entre a multidão de manifestantes. Os povos indígenas protocolaram requerimentos solicitando que as instituições, conforme atribuições determinadas pela Constituição Federal, entrem com ações judiciais pela nulidade da MP 870, que ainda aguarda o prazo de 45 dias para ser votada pela Câmara Federal. “Vocês vieram ao lugar certo. Não existe um só procurador da República neste país que não tenha claro que isso (MP 870) é absolutamente inconstitucional”, enfatiza o procurador da República, Fernando Negreiros, que responde pela 6a Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Ceará. Já o procurador-chefe da República no estado, Rômulo Conrado, destaca que os direitos indígenas são “direitos reconhecidos na Constituição brasileira desde 1934, pelo menos. Não é admissível tamanho retrocesso, de quase 100 anos. A proteção destes direitos é um compromisso do Estado Democrático de Direito”. A procuradora Nilce Cunha Rodrigues lembra que o MPF possui uma condição imposta pela Constituição Federal, que é a de defender os direitos dos índios. “Qualquer violação, ameaça, não vamos deixar passar em branco”. Nilce, diante das mudanças e confusões geradas pela MP 870, entende que mesmo antes, com a Funai apta a fazer essa defesa, “estava difícil de conseguir as demarcações”. A estrutura do órgão indigenista funcionava, mas não era eficiente. “Agora piorou muito, a Funai teve atribuições esvaziadas. Então estaremos prontos para estar ao lado de vcs”, conclui. Na interpretação do procurador Ricardo Magalhães, “as medidas do governo recém empossado retiram a eficácia dos direitos indígenas, que estão previstos na Constituição e são normas importantes, garantia da terra e dos meios de vida”. Para ele “não há sentido” tirar as demarcações do Ministério da Justiça, bem como a Funai. “A não ser para atender interesses escusos de algum grupo político”. O procurador, porém, defende que o MPF atue de forma articulada “porque é um problema nacional”. Além do MPF, os povos indígenas poderão contar também com a DPU. “A diminuição e precarização de direitos indígenas não afetam apenas os povos indígenas. Afetam também o meio ambiente. Não existe diferença entre o indígena e o meio ambiente. São um só. Para entendermos isso, é imprescindível a compreensão de que somos uma nação plurinacional, não temos apenas um padrão cultural a ser defendido”, analisa o chefe da DPU no Ceará, Filippe Augusto. Já no primeiro dia de governo, Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória (MP) nº 870, que transfere para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a atribuição de identificar, demarcar e registrar as terras indígenas (TIs), promovendo o esvaziamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro. A MP 870 retirou também a Funai do Ministério da Justiça e realocou-a no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, pasta comandada por Damares Alves, pastora evangélica denunciada pelo sequestro de uma criança indígena, de acordo com reportagem da revista Época que chega às bancas neste final de semana. Caso exemplar Quando olhamos para a situação fundiária dos territórios indígenas no Ceará, nos deparamos com um caso exemplar para a política indigenista pós-MP 870/19. São 22 terras tradicionais, dispostas em 20 municípios do estado, e apenas uma delas, a Córrego João Pereira, do povo Tremembé, está homologada. Todas as demais terras estão sem regularização, estacionadas em alguma etapa do procedimento demarcatório; outras, sem nenhuma providência. São 14 povos espalhados entre o litoral e o interior, tendo a capital Fortaleza como a cidade com a maior concentração de indígenas (IBGE, 2010). Não é necessário fazer muitas contas para perceber que o Ceará é um dos estados com o maior déficit demarcatório do país. Em contrapartida, a MP 870, publicada pelo governo Bolsonaro, logo no primeiro dia do ano, transferiu para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a atribuição de identificar, demarcar e registrar as terras indígenas. “Não sabemos como as demarcações ocorrerão, ninguém sabe. O que sabemos é que a MP é para inviabilizá-las porque o Ministério da Agricultura está nas mãos de uma ruralista (Tereza Cristina, da bancada ruralista da Câmara) e os procedimentos ocorrerão no âmbito da Secretaria de Assuntos Fundiários, que será controlado por outro ruralista (Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista)”, afirma Weibe Tapeba, também vereador no município de Caucaia. O fechamento da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, não é aceito pelos povos indígenas. Na Secadi havia a Diretoria de Diversidade, comandada por Rita Potiguara, e lá eram tratados os temas de Educação Escolar Específica, tanto para os povos indígenas quanto para os quilombolas. “Não sabemos como ficará a educação indígena sem a Secadi. Sou professor indígena e o que estamos querendo é que o governo volte atrás, restabeleça a Secadi porque é uma secretaria importante pra nosso projeto de educação diferenciada, de escola diferenciada”, protesta Thiago Anacé. Na análise do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), aliado dos povos indígenas na Assembleia Legislativa do Ceará, “o que a Constituição de 1988 ratificou foi a conquista dos povos indígenas
Povo Kanindé de Aratuba visita experiências de Cooperativas
O movimento cooperativista deve ser visto como um movimento social que surgiu com o despertar do sistema capitalista no final do século XVIII e início do século XIX, um período marcado pelas relações de conflito entre capital e trabalho provocadas pelas péssimas condições de trabalho, que levaram a classe operária a se organizar de forma associativa, contrapondo-se às novas imposições do mercado formal de trabalho. Para que o cooperativismo se torne eficaz como sistema econômico, faz-se necessário o envolvimento dos agentes locais que se tornem protagonistas, propiciando-lhes melhoria da qualidade de vida e incremento da renda familiar, além da melhoria das condições de trabalho. Desse modo, as cooperativas agropecuárias poderão desempenhar sua função social, tendo como meta a redução da pobreza e o combate à precarização das condições de vida de seus cooperados agricultores familiares, assumindo compromisso com a promoção do desenvolvimento. No meio deste processo, está a Adelco, ONG parceira do Governo do Estado do Ceará, que desenvolve o Projeto São José III com os povos indígenas da etnia Kanindé de Aratuba. A penúltima atividade da assessoria técnica Adelco ocorreu no dia 18 de janeiro, com uma visita à COOPERFAM dos associados da AIKA – Associação Indígena Kaninde de Aratuba, produtores de ovos caipiras, e da agrônoma Clarice Albuquerque, assessora do projeto São José pela Adelco. Os visitantes conheceram as instalações da Cooperativa, sua história e outras questões da organização do lugar. Ainda nesta visita, o grupo também teve a oportunidade de conhecer um produtor ligado a COOPERFAM, que produz acerolas e cria galinhas caipiras da comunidade de Massapê, 40km de Maranguape. A Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar do Caminho de Assis surgiu em 2010 e é destaque no estado por atender a diversos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza com frutas e hortaliças para programas governamentais como PNAE e PAA. A produção de polpas de frutas também é exportada para outros estados. Outra experiência visitada de agricultura familiar, ainda em Massapê, foi a produção de aves caipiras para corte e a fruticultura do senhor Hélio. Ele nos contou que largou a cidade grande e passou a cultivar frutas. “Eu queria queria uma vida sem stress e violência. Aí como já gostava de mexer com a terra…” conta. Foi assim que seu Hélio voltou para sua cidade natal e se associou a COOPERFAM. Para Clarice, as principais impressões relatadas do grupo dizem muito da sua organização. “Para eles, a lição que ficou foi que só é possível acreditar na grandiosidade de uma cooperativa quando se visita uma. Os relatos falam ainda sobre a presença das mulheres e dos jovens, como eles ocupam um lugar de destaque dentro das atividades”, conta a agrônoma. “Outro ponto a ser destacado foi o espírito de empreendedorismo, que provocou no grupo a esperança que os trabalhos campesinos podem vir a ser uma fonte constante de renda e emprego”, finaliza Clarice. Veja mais fotos em: http://localhost/adelco_site/galerias/ Fonte: Adelco
Juventude indígena realiza intercâmbio com outros movimentos
O encontro acontece na Reserva Taba dos Anacés, nos próximos dias 24 a 27 de janeiro. O tema do intercâmbio é Desafios e Unidade na Luta da Juventude Indígena – Movimentos sociais na garantia de seus direitos. Para João Kennedy Tapeba, o encontro é um grande momento para trocar experiência com representantes de outros movimentos, como do MST, dos Povos Atingidos por Barragem, de Pescadores e Quilombolas. “Queremos fazer aliança com esses movimentos de juventudes para nos fortalecermos, principalmente neste momento político que temos vivido, de tantas inseguranças e incertezas. A única certeza que a gente tem é da resistência e da luta”, completa. Na programação, estão previstos rituais sagrados, oficinas, trilha, mesas de discussão e momentos culturais. A organização é da Cojice e são parceiros desta iniciativa a Adelco, a Fepoince, Apoinme, Cáritas e Cipasac. Veja fotos do evento aqui. Fonte: Comunicação Adelco com informações da Cojice.
Movimento Indígena realiza Marcha de Resistência dia 31
A caminhada faz parte da Campanha Nacional Janeiro Vermelho – Sangue indígena: nenhuma gota a mais. Integrando a agenda nacional da Campanha da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), os Povos Indígenas do Ceará realizam a Marcha da Resistência, em Fortaleza, no próximo dia 31 de janeiro, a partir das 8h. A programação inicia com um Ato Público na Praça Luíza Távora, em repúdio à Medida Provisória (MP) Nº 870/2019 e os decretos assinados pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, que reorganizam a estrutura e as competências ministeriais. Para o Movimento Indígena, estas ações deixaram graves lacunas nos instrumentos e políticas socioambientais. Ainda na Praça Luíza Távora, será realizada a entrega do Livro Violações de Direitos Indígenas no Ceará: Terra, Educação, Previdência e Mulheres, aos povos que estarão presentes. A publicação é uma realização das ONGs Adelco e Esplar, em parceria com o Movimento Indígena do Ceará; o Grupo de Estudos e Pesquisas Étnicas – GEPE, da UFC; e tem o financiamento da União Europeia. O lançamento oficial será realizado e divulgado em breve. Em seguida, a Marcha seguirá para a Defensoria Pública da União (DPU) e para o Ministério Público Federal (MPF) para protocolar ações judiciais. A manifestação se encerrará com um almoço coletivo na Praça da Imprensa, em Fortaleza. Entendo as mudanças A Medida Provisória Nº 870/2019 transfere para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a identificação, delimitação, reconhecimento e demarcação das Terras Indígenas (TIs), esvaziando a Fundação Nacional do Índio (Funai). Para o Movimento Indígena e seus apoiadores, esta iniciativa enfraquece a luta dos povos tradicionais do país atrasando ainda mais a demarcação de terras indígenas, um direito fundamental que dialoga com suas existências, espiritualidades, sobrevivência e suas culturas. Os organizadores da Marcha disponibilizaram uma conta bancária para quem puder ajudar nos custos do evento que envolvem alimentação, água e deslocamento dos povos até o evento: Banco do Brasil AG 3472-0 C/C 53017-4 CPF 603.605.833-00 Titular: Fernando J. M. Neto. Fonte: Comunicação Adelco com informações da Fepoince.
São José IV | Em consulta pública, SDA lança marco conceitual dos povos indígenas
Representantes de 10 dos 14 povos indígenas no Ceará estiveram, na manhã desta quinta-feira (17), na Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Eles participaram da consulta pública para a formulação de propostas ao Projeto São José IV, em fase final de elaboração entre o Governo do Ceará o Banco Mundial. O evento lançou ainda o Marco Conceitual dos Povos Indígenas. O Projeto São José IV apoiará as comunidades ou grupos de produtores rurais, incluindo povos indígenas que apresentarão propostas de subprojetos por meio de editais de chamamento público. Povos Tremembé, Tapuia Kariri, Potiguara, Pitaguary, Potiguara Kalabaça de Poranga, Tabajara, Tapeba, Tupinambá, Anacé e Jenipapo Kanindé estiveram presentes na consulta que segue acolhendo propostas até o próximo dia 25. Há uma semana a SDA abriu o processo de consulta pelo site da secretaria com os marcos de gestão socioambiental do projeto e o de reassentamento involuntário. Comentários e sugestões seguem sendo acolhidas pelo endereço eletrônico consultapublica.psjiv@sda.ce.gov.br. Para a consultora Ieda Castro o PSJIV quer abranger uma nova perspectiva: “incluir no desenvolvimento rural seguimentos que tradicionalmente ficam fora do desenvolvimento. E as populações indígenas e as comunidades tradicionais elas são tradicionalmente excluídas dos processos de desenvolvimento pelas angularidades das suas culturas e modos de produzir”, explica. Para ela a ação evidencia uma “gestão de um Ceara unificado que todos possam usufruir do desenvolvimento unificado do estado”. De acordo com o secretário De Assis Diniz, o momento é de diálogo com as comunidades para recomposição e resgate de valorização. “Dar valor não só às culturas mas perspectivas das demais políticas e fazer a reafirmação de construção de ações integradas desenvolvidas no território e fortalecida das cadeias produtivas é o caminho que norteará esta consulta pública”, destaca o responsável pela pasta. Ampliando horizontes O vereador de Caucaia Weibe Tapeba foi uma das lideranças indígenas que participou nesta manhã da Consulta Pública no auditório da SDA e já é um dos beneficiários do Projeto São José III com um projeto produtivo em madiocultura. “A partir do São José IV, buscamos uma relação de mais efetividade para que todos os 14 povos indígenas em 20 municípios cearenses também possam ser beneficiados”, comenta. “Representamos uma população de quase 35 mil pessoas em todas as regiões do Estado e o nosso desejo é para que São José dê uma prioridade maior aos povos indígenas, garantindo um fomento ao etnodesenvolvimento, implantando ainda mais projetos produtivos nas comunidades indígenas e garantindo o abastecimento d´água”, completa. Construindo oportunidades Aos 39 anos, Beto Potiguar é morador de uma aldeia de 25 famílias no alto de uma serra a 35 km de Tamboril, nos Sertões de Crateús. Participar da consulta para ele é lutar pelos filhos de 15 e 17 anos. “Eles estudam agropecuária na escola profissionalizante e vejo neles o desejo de permanecerem ajudando a comunidade”, explica. Mesmo sem ter sido completado no PSJIII, a esperança do potiguara é incluir sua aldeia na nova operação. “Queremos produzir, afinal já temos experiências na criação de galinhas. Lá todos os 107 habitantes da minha aldeia querem ter acesso a água também e por isso estamos aqui nesta consulta”. Fonte: SDA, leia o texto original aqui.
Movimento Indígena discute futuro do povos
A XXIII Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará aconteceu entre os dias 13 e 16 de dezembro de 2018, na Aldeia Viração, do Povo Potiguara, em Tamboril-CE. Seu tema foi “Desafio e unidade na luta em favor de demarcação: garantia de futuro dos nossos povos”. O dia 13 foi dedicado à chegada e acolhida dos indígenas que vieram de diferentes partes do Ceará, bem como de representantes de outros estados como o Rio Grande do Norte. Nos dias que seguiram o encontro, foram discutidos importantes pautas para o movimento indígena, como as dificuldades mais comuns para a efetivação da demarcação de terras indígenas no Ceará, como as limitações financeiras e estruturais da Funai, os conflitos com posseiros e empreendimentos, e a judicialização de alguns casos. A perspectiva para os próximos anos, com um governo federal abertamente contrário à demarcação de terras, também foi tema. Outro tema em pauta foi saúde e educação indígena, ambas pensadas dentro do contexto pela luta da terra e território. No final do encontro, a plenária aprovou o total de onze cartas assinadas pelo movimento indígena e dirigidas ao poder público, especialmente ao futuro governo federal. Elas apresentam o descontentamento das lideranças quanto a possível saída da Funai do Ministério da Justiça; manifestaram apoio ao povo Pitaguary em relação à perda temporária de parte de seu território na Justiça; e reafirmaram a disposição do movimento em lutar pela efetivação dos seus direitos. A Assembleia contou com a presença do povo autodenominado Karão, de Aratuba-CE, que está em processo de emergência étnica e pediu publicamente apoio e reconhecimento por parte do movimento indígena no Ceará. As lideranças decidiram que farão uma visita àquele povo ao longo de 2019 para tratar desse pedido. O encontro foi encerrado com a Noite Cultural, que contou com apresentações de dança, show de piadas, músicas e exibição de um documentário organizado por crianças da Aldeia Viração, com o apoio do educador e fotógrafo Iago Barreto Soares. Instituições parceiras também participaram e apoiaram o evento, como a Adelco, União Europeia, Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza – CDPDH, Funai, Esplar, Cetra, Governo do Estado do Ceará, SESAI, Prefeitura de Tamboril e Misereor. A organização ficou por conta da Fepoince, Apoinme, Amice, Oprince e Cojice. Próxima Assembleia A próxima Assembleia Estadual acontecerá na terra do povo Jenipapo Kanindé, em Aquiraz-CE. Veja os registros fotográficos deste evento realizados pelo fotógrafo Iago Barreto Soares aqui. Fonte: Comunicação Adelco