Esta sessão apresenta documentos oficiais produzidos no final do século XIX e início do XX, obtidos a partir dos arquivos do Instituto do Ceará. Eles trazem relatos históricos sobre o processo de invasão portuguesa sobre estas terras ao longo dos séculos. Além disso, alguns arquivos reproduzem textos escritos nos séculos XVI e XVII pelos próprios colonizadores.
Os documentos retratam as ideologias usadas para justificar o processo colonizador, fortemente marcadas pela discriminação étnica, pela inferiorização de culturas não-europeias e pela incapacidade de reconhecer que aqueles povos eram detentores de saberes, espiritualidades, técnicas e organização social próprios, suficientes às suas necessidades e estilos de vida. Não precisavam ser “civilizados” porque eles já constituíam uma civilização própria.
O processo colonizador no Brasil teve motivações essencialmente econômicas, de exploração dos bens naturais visando o enriquecimento da coroa portuguesa. Entretanto, a ideologia civilizatória servia de justificativa para dar ares de nobreza e “missão religiosa” à invasão e às violências cometidas.
Os arquivos aqui presentes devem ser consultados de maneira crítica. São um registro histórico da ideologia colonizadora que provocou profundas chagas sobre os povos indígenas no Ceará, sentidas por eles até hoje.