ACITA comemora 30 anos e presta homenagem a indígenas e parceiros

O Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará esteve em festa na tarde de ontem (14/10). Os mais de cem indígenas da etnia Tapeba vestiram a indumentária do índio guerreiro para comemorar os 30 anos da Associação das Comunidades dos Índios Tapebas de Caucaia (ACITA), em uma Sessão Solene marcada por homenagens a indígenas e parceiros e apresentação das danças tradicionais Tapeba.

A Associação para o Desenvolvimento Local Co-Produzido (ADELCO) foi uma das homenageadas pelo apoio a luta e a resistência do povo Tapeba, que há 30 anos busca a demarcação de suas terras, em Caucaia. Na ocasião, a instituição foi representada por Adelle Azevedo, atual presidenta da ADELCO.

Foram homenageados ainda o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH), a missionária Maria Amélia Leite; o antropólogo Henyo Barreto; Dourado Tapeba, da APOINME; a pajé Raimunda Tapeba; o cacique Alberto Tapeba e Weibe Tapeba.

Os troncos velhos, que tombaram na luta, também foram lembrados. Receberam placas comemorativas Alfredo Tapeba e Pichilinga Tapeba (in memorian), representados pelas filhas Bruna Tapeba e Josiane Tapeba, respectivamente.

Requerente da sessão solene, o deputado Elmano de Freitas (PT), afirmou que há uma dívida histórica com o povo indígena e pediu perdão pelos massacres cometidos no Brasil e no Ceará. Para o antropólogo Heynio Barreto, um dos homenageados, a homenagem a ACITA expressa o apoio a causa indígena. “Uma organização que persiste tanto tempo é uma expressão de força, vitalidade e resistência”, afirmou.

Weiber Tapeba, presidente da ACITA, ressaltou que os 30 anos de luta da instituição foram marcados pela resistência contra as violações dos direitos indígenas. Para ELE, o cenário avançou muito no Ceará com a abertura de diálogo com o Estado. “Se aqui no Ceará temos parlamentares comprometidos com a causa, no Congresso Nacional é totalmente diferente. Basta ver a PEC 215 que, se aprovada, vai colocar em xeque as demarcações de terras já realizadas e vai impedir que novas aconteçam”, destacou a liderança indígena.

Estiveram presentes à sessão solene a coordenadora de Políticas Públicas para a Promoção de Igualdade Racial do Governo do Ceará, Zelma Madeira; o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Eduardo Desidério; e o coordenador da Coordenadoria Especial dos Direitos Humanos, Dimitri Cruz.

FOTOS DA SESSÃO SOLENE