Agricultura familiar e agroecologia são temas de curso em comunidades indígenas

Caminhada pela aldeia, construções coletivas de conceitos, trabalhos em grupo e discussões permearam os três dias do curso sobre agricultura familiar e agroecologia, promovido em março pelo projeto “Etnodesenvolvimento de comunidades indígenas do Ceará” nas aldeias Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz, e Kanindé de Aratuba. A próxima a receber a capacitação será a comunidade Tapeba, em maio. O projeto, patrocinado pela Petrobras também conta com o apoio financeiro do programa PPP-Ecos/Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), e é realizado pela Adelco.

Logo no início do curso, os participantes escolhem o caminho a ser trilhado e seguem em caminhada. Durante o percurso, vão identificando as áreas degradadas, as condições do meio ambiente, o que se produz, quais as espécies de plantas existentes, como é feito o manejo da água e o tratamento do solo. Na volta, uma discussão sobre a agricultura local analisa a situação atual e o que pode ser feito pela preservação ambiental e melhoria da produtividade agrícola.

“A partir da construção do conceito e das características da agricultura convencional e agroecologia, aos poucos, o grupo vai se apropriando das vantagens das práticas agroecológicas, para conservação e melhoramento do solo. Por outro lado, toma consciência de que as queimadas, o desmatamento e o monocultivo são os responsáveis pela redução gradativa da produção. Somente a transição da forma tradicional de praticar agricultura para o manejo agroecológico poderá restabelecer e até ampliar o plantio, a colheita e a geração de renda”, explica Maristela Pinheiro, coordenadora do projeto.